Sertão
Não cantarei o sertão
Pois minha voz é fina e sem compasso
Mas escrevo com grande entusiasmo
As grandes maravilhas do meu chão
A poeira que sobe do chao quente
Com a pisada do belo alazão
Na tapera que ficou abandonada
Me regresso aos tempos de menino
E reclamo com as valas do destino
Que me levou pra longe dessa terra
De ca eu nem sabia das notícias
É a saudade batia descriminada
Sem saber que só aqui seria feliz
A distância fez a saudade eternizada
Esse sertão que um dia foi minha morada
Ainda sinto o cheiro desse chão abrasador
Só não canto por te o meu amor
Por que prefiro viver no anonimato
As areias desse chão é meu retrato
E a brisa dessa terra é o meu manto
Pois escrevo entre lágrimas derramadas
Esse chão que para sempre é meu encanto
É nessa terra onde o sol nasce primeiro
Que a caatinga floresce no sol quente
O valor do sertão ta nessa gente
Que resiste ao calor e a terra seca
E as marcas que o tempo lhe imprime
Pela lida de um trabalho cansativo
O sertanejo segue firme e apaixonado
Sem pensar de sair do seu recanto
Ao lembrar do meu sertão eu choro tanto
Minha alma fica pronta pro regresso
O coração bate no peito mais esperto
E no meu rosto rola as lágrimas do meu pranto.