O Covid

Aconteceu algo estranho

Sombrio, curioso e triste.

Achei que estava louco

Por vê algo que não existe

Tava escuro eu mal o via

Mas tinha certeza que era o Covid

Fiquei em pânico

Sem saber o que fazer

Não sabia se gritava

Enfrentava ou tentava correr

Mas decidi enfrentar

E comecei a dizer:

- Quem é você?

É o tal do Covid?

Quem vem matando

Em forma de gripe?

Tenho uma arma na mão

Cuide se identifique!!!

Ele respondeu:

- Sou eu o Covid

E me considero nobre

Planto a igualdade

Sem precisar de revólver

E quando necessário

Mato rico e mato pobre

- Mas não se apavore

Pois eu venho em paz

Se quiser não me mexo

Nem pra frente nem pra trás

Só quero 1 minuto de atenção

Acho que não é pedir demais

E eu parei para ouvir

O que ele tinha a falar

Escorei a espingarda

Começamos a conversar

E enquanto ele dizia

Fui preparar um chá

Ele disse:

- Meu companheiro poeta

Vim lhes pedir perdão

Por tirar a vida de vários

Sem ter nenhuma explicação

Mas sou como uma mãe

E tenho que passar uma lição

- No mundo só tem destruição

E uma fome insaciável por poder

Enquanto uns tem tanto

E outros sem nem ter

E a ganância do homem

Ninguém consegue entender

- Nesses meses de guerra

Já ganhei muitas batalhas

Não precisei de mísseis

E nem de metralhas

Com apenas espirros

Sem usar nenhuma navalha

- O planeta adoeceu

Teve problema na respiração

Por causa das fumaças

Dos lixos e da desmatação

Por que você acha

Que eu ataco o pulmão?

- Repare a natureza

Sem muita poluição

Tudo isso em 4 meses

Enquanto estavam na "prisão"

Se não fosse por mim

O planeta morreria do coração

- Ou você acha que

Tudo isso foi engano

Que foi uma coincidência

Sem nenhum plano

E a doença do mundo

Sem duvidas é o ser humano

- Mas já passei minha lição

Só queria aqui deixar

Uma explicação

Antes do pai me levar

Novamente Desculpas

Mas quem deve tem que pagar

Meus olhos estavam vermelhos

Porém entendi a situação

Tudo que ele falou era verdade

Mas isso não lhe dar a razão

De Tirar vidas sem nem

puder tirar a tampa do caixão

Mesmo correndo risco

Lhe dei um abraço apertado

Pois a sua história

Me deixou emocionado

E pra provar que o amor

Pode Curar o incurável

Depois que ele foi embora

Foi ai que tive certeza

Eu notei no seu rosto

Um pouco de tristeza

E tudo isso sem dúvidas é

A vingança da mãe natureza

Ramon Espíndola