A conversa do mundo

A conversa do mundo

E foi numa manhã de domingo,

Que saí pra trabalhar,

Andei, andei e andei até o corpo suar,

Parei na frente do rio e vi o mundo escutar.

Um ou dois discutindo pra uma plateia escutar,

Então foi que eu vi, a verdade levantar,

E dizer numa só frase, fui ensinada a ensinar,

Que a mentira engana e faz o bobo cegar.

Então a mentira revoltada, se levantou apressada,

Dizendo que a verdade, estava é irritada,

Por ela morar mais na boca,

Do que ser pela boca falada.

Então a verdade se pronunciou novamente,

Numa fala cansada e um tanto quanto fervente,

Olhou pra cara da mentira, e disse que era incapaz,

De discutir com alguém que tem a arte de enganar, ferir e machucar um pobre coração inocente.

Então a razão se levantou, e tomou a voz das duas,

Disse que elas só serviam, pra enganar quem engana,

Quem pensa que tem poder, quem pensa que tem a chama,

De se meter com as duas e perder a voz e a fama.

As duas se sentaram por não ter mais o que falar,

Foi então que a embriaguez deu o seu declarar,

Que ela tinha todas em si, que quando pegava a mente do homem, fazia ele mentir,

Dizer ao feio que é belo e ainda com ele dormir.

Então a inteligência levantou, e disse que eles eram é burros,

Que não importa a aparência se o coração não for mudo,

Fazendo se levantar a burrice, pra não saber o que falar,

Então voltou pro início pra saber quem ia a conversa acabar.

Então foi que o silêncio começou a perturbar,

E disse que as melhores respostas ele que tinha pra dar,

Mas se calava quando via que a discussão não tinha sentido,

E foi que acabou da zoada se partindo.

E eu já escutando, essa conversa marota,

Perdendo minha manhã numa coisa tão boba,

Peguei minhas coisas e segui ao rumo do meu trabalho, quando no meio do caminho, encontrei um atalho,

E vi no meio dele uma ruma de gente, discutindo entre si o futuro do coitado.

Meti o pé foi pra casa, num sol de lascar o chão, mas acabei foi ouvindo o final da conversa,

A última a se levantar foi a esperança, dizendo que não importa quem ali tinha ganhado,

A discussão que acontecia no meio do chão rachado.

Ela disse com clareza, que não importa o que falem, o que digam ou que se calem,

Ela seria sempre a última no mundo a morrer,

Pois o coração do homem mesmo depois de parar de bater,

Continuava falando que na esperança ia renascer.

E a discussão terminou, numa ligeireza tamanha,

Todos seguiram seu rumo e dei meu veredito então,

De todos que ali falaram, discutiram e gritaram,

Só a esperança tinha razão.

Maria Fernanda de Araújo Dantas
Enviado por Maria Fernanda de Araújo Dantas em 15/07/2020
Código do texto: T7006791
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