STADSSTRATEN MAURITIUS
PELAS RUAS DO RECIFE
Andei por Recife agora
Descendo a Cruz Cabugá
Vi Conselheiro Aguiar
Sair Da Praia pra Aurora
Hospício e Rua da Hora
Caneca e Padre Muniz
Do Príncipe à Imperatriz
A Concórdia em plena calma
Bulício à rua da Palma
Recife me faz feliz...
(Do novo ao “Recife Antigo”, Fernando A Freire comigo.)
[Recife
Não a Veneza americana
Não a Mauritsstad dos armadores das Índias Ocidentais
Não o Recife dos Mascates
Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois
— Recife das revoluções libertárias
Mas o Recife sem história nem literatura
Recife sem mais nada
Recife da minha infância
A rua da União onde eu brincava de chicote-queimado
e partia as vidraças da casa de dona Aninha Viegas
Totônio Rodrigues era muito velho e botava o pincenê
na ponta do nariz
Depois do jantar as famílias tomavam a calçada com cadeiras
mexericos namoros risadas
A gente brincava no meio da rua
Os meninos gritavam:
Coelho sai!
Não sai!]
¥¥¥
[Rua da União...
Como eram lindos os montes das ruas da minha infância
Rua do Sol
(Tenho medo que hoje se chame de dr. Fulano de Tal)
Atrás de casa ficava a Rua da Saudade...
...onde se ia fumar escondido
Do lado de lá era o cais da Rua da Aurora...
...onde se ia pescar escondido]
[Excertos de “Evocação do Recife” do grande Manuel Bandeira.]
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