STADSSTRATEN MAURITIUS

PELAS RUAS DO RECIFE

Andei por Recife agora

Descendo a Cruz Cabugá

Vi Conselheiro Aguiar

Sair Da Praia pra Aurora

Hospício e Rua da Hora

Caneca e Padre Muniz

Do Príncipe à Imperatriz

A Concórdia em plena calma

Bulício à rua da Palma

Recife me faz feliz...

(Do novo ao “Recife Antigo”, Fernando A Freire comigo.)

[Recife

Não a Veneza americana

Não a Mauritsstad dos armadores das Índias Ocidentais

Não o Recife dos Mascates

Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois

— Recife das revoluções libertárias

Mas o Recife sem história nem literatura

Recife sem mais nada

Recife da minha infância

A rua da União onde eu brincava de chicote-queimado

e partia as vidraças da casa de dona Aninha Viegas

Totônio Rodrigues era muito velho e botava o pincenê

na ponta do nariz

Depois do jantar as famílias tomavam a calçada com cadeiras

mexericos namoros risadas

A gente brincava no meio da rua

Os meninos gritavam:

Coelho sai!

Não sai!]

¥¥¥

[Rua da União...

Como eram lindos os montes das ruas da minha infância

Rua do Sol

(Tenho medo que hoje se chame de dr. Fulano de Tal)

Atrás de casa ficava a Rua da Saudade...

...onde se ia fumar escondido

Do lado de lá era o cais da Rua da Aurora...

...onde se ia pescar escondido]

[Excertos de “Evocação do Recife” do grande Manuel Bandeira.]

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Stelo Queiroga
Enviado por Stelo Queiroga em 10/07/2020
Reeditado em 10/07/2020
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