NA ORAÇÃO E MISTICIDADE


Um amanhecer de pensamentos
Voando livres pela inspiração
Roças e roçados em fragmentos
Promessas, pedidos e devoção
Religiosidade ao longo dos tempos
Bênçãos de Padre Cícero Romão
 
São raízes nordestinas
Presentes em cada sertão
Com orações de Vicentina
Como flores do algodão
No cantar da Sururina
E o canto do azulão
 
Um fogão de lenha a cozinhar
Os umbus daquele umbuzeiro
Umbuzada e doces eram o versejar
Singelos poemas condoreiros
Um trabalho podendo expressar
Momentos serenos e rotineiros
 
No ordenhar de cada dia
Nas aves criadas no terreiro
No ler diário de uma FOLHINHA
No compreender de cada romeiro
Nas orações que ela escrevia
Sob a luz do candeeiro
 
Na lavoura de milho e feijão
Na mandioca e palma forrageira
No apanhar do algodão
Na serenidade daquela doceira
Na seca de cada verão
Na misticidade da benzedeira
 
Nas hortaliças e plantas medicinais
Com a enxada ela cuidava
Em suas missas dominicais
Com o rádio de pilha ela rezava
Lenços na cabeça, sempre tradicionais
Sua fita do Apostolado, ela zelava
 
Com a Oração de São Vicente
No Apostolado Sagrado Coração
Na bondade sempre presente
No compreender de cada estação
No terço orando intensamente
A fé brotando do coração
 
O feixe de lenhas podia fazer
Pelos campos e cercados
Sua rotina podia reconhecer
O contínuo cuidado com o gado
A luta diária a cada alvorecer
O seu trabalho sendo abençoado
 
 
 

OBSERVAÇÃO:
A pintura é do artista plástico baiano Antônio Carneiro.

 

Marcos Antônio Lenes de Araújo
Enviado por Marcos Antônio Lenes de Araújo em 04/07/2020
Reeditado em 03/03/2024
Código do texto: T6996171
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