O Filho Pródigo
Estava eu em segurança,
Protegido por meu pai,
Mas, me incendiou a ganância,
E fiz o que ninguém faz:
Cobrei do meu pai a herança,
E fui servir satanás.
Sai pelo mundo a fora,
Para viver de vaidade
Voltava fora de hora,
Era boa a liberdade
De não ter senhor, nem senhora,
Eu que era a majestade!
Arranjei bastante amigos,
Tinha a mulher que queria.
Até meu arqui-inimigo,
Por interesse sorria.
Enquanto tinha ouro comigo,
O mundo todo me aplaudia.
Mas, acabou meu dinheiro,
A mulherada foi embora,
Procurei um (amigo) companheiro,
Dos que me cercavam, outrora,
E para o meu desespero,
Não tinha nenhum agora.
Passei fome, sede e frio,
Ninguém sequer me olhava:
Nem os amigos nem tios,
Nem as mulheres que eu pagava.
Vi minha vida por um fio,
Meu mundo, ali desabava.
Mendiguei pão nas calçadas,
Cheguei ao fundo do poço.
Fiquei com as roupas rasgadas,
Comi, comida de porco,
Chorei minha vida amarga,
E do meu pai, o desgosto.
Lembrei da cama quentinha,
Do beijo da minha mãe,
Das roupas boas que eu tinha
E da mesa farta, que atrai,
Lembrei do amor que me tinha,
O meu bondoso papai.
Então, voltei arrasado,
Ao meu pai pedi abrigo:
Me dê lugar de empregado,
Te peço, me dê guarida.
Que cuidarei eu do teu gado,
Por um prato de comida!
Mas, meu pai, é então bondoso,
Teve de mim compaixão:
Me recebeu cheio de gozo,
Pôs seu anel em minha mão,
Comigo ele foi honroso
E me deu o seu perdão!
Meu pai disse se alegrar:
Matem um touro sevado,
E venham todos festejar,
Pois, meu filho tão amado
Dado por morto, a expirar,
Está de volta ao meu lado.
Ivanildo Franco
P. S.: Essa história é apenas um trecho da futura obra: O Evangelho em Cordel, fiel às Escrituras Sagradas. Aguardem mais histórias.
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