MINHA GUERRA.

Não tenho a capacidade

De um ilustre menestrel

Mas eu amo a poesia

E até rabisco um papel

Nunca sonhei com a fama

Meus versos perdem-se ao léu

Aos repentistas me rendo

Sempre tirei meu chapéu

Sou da terra, sou raiz

Digo que nosso pais...

Ainda deve ao Cordel!

Beijo a mão do sertanejo

Esse sim, 'adiplomado'

Planta na roça a semente

Colhe seus versos rimados

Canta os augúrios da vida

E o coração calejado

Pelo tom das injustiças

Porém jamais fraquejado

Se fortalece ao sol quente

Se alegra, a alegra sua gente...

Vence a fome e no repente

Por seu povo é coroado!

Os versos são minha luta

A caneta meu fuzil

No papel travo essa guerra

Na estratégia o ardil

De quem semeia a cultura

Mesmo em golpe pueril

Mas não fujo da batalha

Do rimar, sempre servil

No front, só cortesia

Jorra o sangue da alegria...

Minha pátria é a Poesia

Num canto alto e febril!