Sloukuiu

Na minha cabeça de outrora

Loucura é quase um tormento,

Todo dia, noite, e a toda hora,

Me vem a lembrança até boa...

Mas que me perturba à toa.

Tira-me a razão, fico sem alento!

Na imensidão que é o mar

Do meu livre e vão pensamento,

Só por causa desse meu amar.

Amar a tudo e a todos de cá e de lá,

Em todos os tempos por onde fui,

A vida me fez assim, para só amar!

E quando me bate a saudade... Ui!

Que dor no peito e logo no leito,

Não demora nada começo a chorar...

Ora, pois! Também, é muito bem feito,

Quem mandou disso agora lembrar?

Tudo passou tão rápido, não aceito...

Amigo, me ouça, só mais uma vez,

Deixa que eu chore no seu ombro...

Fui jovem, moço, perdoe a incensatez,

Hoje, como vês, estou só o escombro!

Lamento e choro sem razão, amor,

Como poderia viver sem envelhecer?

Viverá eternamente uma linda flor?

Começamos a morrer logo ao nascer.

Essa é minha angustia, minha dor...

Quem sabe um dia compreenderei,

Este mistério louco que nunca aceitei,

Nascemos para morrer, para que nascer?

Sloukuiu de um planeta em ebulição...

Que numa nova era precisa mesmo ver,

Novas criaturas, transformação de coração!

Sem violência ou crimes! Separações...

Reparação de problemas sem soluções!

Vida nova, tudo novo! Viva as ilusões!!!

Poeta Camilo Martins

Aqui, hoje, 03.10.09