ETERNO PULSAR DE UMA MEMÓRIA
Com orientação dos santos juninos
Pelas intensas serras da sinceridade
Nas orações que desde menino
Sinceros fundamentos da dignidade
No conviver de um nordestino
No compreender de uma saudade
Na sombra sagrada do umbuzeiro
Na constante busca por inspiração
Na religiosidade contida em Juazeiro
Com devoção a Padre Cícero Romão
Nas toadas cantadas pelos vaqueiros
No intenso recitar de uma oração
Nos doces de caju de uma doceira
No laçar do bezerro ao entardecer
Nas ervas medicinais da benzedeira
Nas orações escritas para reconhecer
Na lavoura de cada trabalhadeira
Nuances poéticas de um conviver
No saboroso chá da erva-cidreira
No milho ralado todos os dias
Cozinhado naquela cuscuzeira
Panelas de barro eram poesia
Fogão de lenha de uma guerreira
O canto dos pássaros em sinfonia
No café de todas as manhãs
No leite por elas ordenhado
Nas enxadas nas mãos dessas irmãs
No feixe de lenha naquele cercado
No compreender de cada vida cristã
No terço diário que era abençoado
Santo Antônio, São Pedro e São João
Abençoando o sertão em sua essência
Nos versos escritos em poetização
Pedidos e promessas são referências
Nas intensas montanhas da gratidão
A fé e a tradição como influência
São retratos de uma história
Expressão de grande nobreza
Percorridas por longas trajetórias
Com carinho, bondade e delicadeza
Eterno pulsar de uma memória
Cenário marcante de gentileza.
OBSERVAÇÃO:
A pintura é do artista plástico pernambucano “Aluízio Fernandes”.