NA LUZ DO CANDEEIRO


Como mandacaru ao florescer
Nos intensos campos do sertão
Na lembrança de um conviver
Autênticos caminhos da admiração
Com a beleza das flores do Ipê
Num sensato olhar da compreensão
 
Na força da fibra do Gravatá
Reconhecendo histórias de batalhadoras
A luz do candeeiro pôde expressar
Os valores nobres de trabalhadoras
A panela de barro pôde cozinhar
O fruto do trabalho de agricultoras
 
No ordenhar daquelas vaquinhas
No corte da palma forrageira
Na criação de perus e galinhas
No colher da semente da mamoneira
O algodão era riqueza que elas tinham
O fruto níveo da algodoeira
 
No recitar do terço da misericórdia
E a reflexiva Oração de São Vicente
Entendendo nuances de cada história
E louvores católicos sempre presentes
No forte respeito a cada memória
Marcadas no tempo intensamente
  
Nas plantas medicinais da benzedeira
Nas letras da auxiliar de secretaria
No cuidar do gado daquela vaqueira
No café que era feito por mãe Nirinha
Nos doces feitos por uma doceira
Vicentina que era chamada de “Toinha”
 
Na religiosidade de Juazeiro
A devoção a Padre Cícero Romão
Nas toadas de cada vaqueiro
Na escrita feita de cada oração
No clamor de um povo romeiro
Catolicismo e Ortodoxia em comunhão
 
No alvorecer de cada pensamento
Escrevendo com a alma e o coração
Encontrando na história, argumentos
E verdade nas letras do rei do baião
Expressando com emoção e sentimento
A vida desenhada com poetização


 




OBSERVAÇÃO:
A imagem feita em Powerpoint é a seleção de seis pinturas de seis artistas plásticos: o mineiro Rui de Paula, os baianos Sílvio Jessé e Antônio Carneiro, os pernambucanos Aluízio Fernandes e Jazon Ribeiro e o paraibano Thales Kelven.

Marcos Antônio Lenes de Araújo
Enviado por Marcos Antônio Lenes de Araújo em 06/06/2020
Reeditado em 03/03/2024
Código do texto: T6969801
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