A LENDÁRIA HISTÓRIA DA CLOROQUINA - A Gênese

Eu vou tentar percorrer

O caminho da história

Pois quem sabe se não trago

Isso bem vivo na memória

O que antes aconteceu

Num lugar chamado Glória.

Nesse ambiente de escória

Muitos tempos atrás

Casal ruim demoníaco

O nome não lembro mais

Eu só sei que o resultado

Foi levado a Satanás.

O Capeta não quis mais

Na Glória se meter

Resolveu com muita dor

Aquele casal receber

Para ensinar ao dito cujo

O inferno estremecer.

Num macabro amanhecer

Foi o dia do casamento

De um lado aquela diaba

Sem ter nenhum sentimento

Fez assim a grande festa

Num eterno sofrimento.

Entrando nesse lamento

E já em Glória morando

Aquele casal sofrido

Foi logo se planejando

Pois quis trazer ao mundo

Um filho e foi suplicando.

De tanto que iam tentando

Essa diaba embuchou

Daquele verme Satã

Pois logo escroto ficou

Queria fazer o aborto

“Profundezas” protestou.

O que aquele pai tentou

Foi mexer um grande tacho

Para que aquela barriga

Tivesse lá dentro um macho

Pra ele ensinar ruindade

Como aplicar cambalacho.

A mãe evocava um despacho

Com tanto ódio chorava

Quando aquele seu marido

De noite lhe procurava

Ela dava uma rinchada

Que toda vila acordava.

Esse tempo se passava

E aquele casal na espera

A vizinhança da Glória

Até que foi bem sincera

Falando praquela gente

Que vivia na tapera.

As casas caindo de vera

Reboco já encardido

Aquela esculhambação

Daquele inferno fedido

A mulher com o seu vômito

Deixa o marido entretido.

Nada fazia sentido

Numa grande confusão

Aquele bucho tão grande

Deu grandiosa explosão

Uma voz foi assim dizendo:

- Isto é a maldição!

A carniça e a podridão

Que não se mede o fedor

Pois, já estava nascendo

Numa noite de terror

Aquele herdeiro do cão

Que daquilo não gostou.

O menino, o pai pegou

E a filha foi reclamar

O filho dá um suspiro

Indo se modificar

Por pretas penas voando

Só atenção quis chamar.

A criatura a girar

Numa hora tão repentina

A gêmea erguendo a cabeça

Gritando bem lá de cima

Que ela era a filha do cão

E já se chamava Quina.

Cada visita se anima

Desse bom nome gostou

E aquelas penas voando

Em urubu transformou

O Diabo, chefe dois

Um tristonho hino cantou.

O urubu voou e parou

Perguntou: - Onde é que moro?

O Satanás deu logo ordem

Dizendo: Venha, eu te imploro

Volte a ser aquele peste

Que vão lhe chamar de Cloro!

A mãe como cão sonoro

Lhe banhou com Creolina

A filha tão intransigente

Diz: - Olhem se estou na esquina!

Junto do meu nobre irmão

A tristeza contamina.

Aí a parteira China

Madrasta da freguesia

Foi dizendo: - Viva os gêmeos!

Numa tamanha alegria

Cloro com sua irmã Quina

Vêm fazer patifaria.

A Glória naquele dia

Virou um grande consultório

Tantas pessoas na fila

Querendo um supositório

Mas o Cloro com a Quina

Foram pro laboratório.

O pai naquele velório

O filho bota no braço

A mãe com a diabinha

Foi logo dando um abraço

E aquela peste gritou:

- Aqui é grande fracasso!

Esse lugar de ricaço

No inferno ficou pior

A dupla nada entendia

E foi pedindo um boró

Um cientista só quis

Desatar o grande nó.

Lá os dois viraram pó

E do mal se fez remédio

Curando muitas vidas

Que viviam grande tédio

Logo esse medicamento

Toda a cura fez assédio.

Pois ali, naquele prédio

Olhando a grande aquarela

Chamado maldito vírus

Que causou febre amarela

Disseram: - É esta, sim

Vamos acabar com ela.

A tal da febre amarela

Que devastava o planeta

Sucumbiram tantas vidas

Principalmente o capeta

Por não ir higienizar

Sua famosa chupeta.

Entrando em cena a proveta

Incrementada na sina

Criou a fórmula do bem

Dentro da grande oficina

Numa junção de dois nomes

Para o andar da medicina.

E assim esse Cloro e a Quina

Tantas vidas curaram

Foram muitas receitas

Pessoas se salvaram

Essa tal de Cloroquina

Para o bem se juntaram.

Cientistas falaram:

Cloroquina acaba a dor

Vai curar tantas feridas

Que ouviremos com fervor

Livrando dos sofrimentos

Daqueles gritos de horror!

Aonde a dupla chegou

Numa total ignorância

Junto de coisa ruim

Que vai matando a substância

Que matou um monte de velho

E muito mais a infância.

Apesar dessa distância

O tempo é da ciência

A ruindade e passado

Se juntam na consciência

Porque alguns dos governantes

Trabalham na incompetência.

Diabo sem paciência

Quis Cloroquina acabar

Porque sentiu no peito

No que ela pode chegar

Dessas duas mentes loucas

Que não foram estudar.

Se Cloro fosse falar

Dizia que era um inferno

Daquele senhor antigo

Com o seu listrado terno

Esse terno é usado

Por um cidadão moderno.

Pois qualquer valor paterno

No materno também move

No combate à doença

A Cloroquina não prove

Melhor é ficar em casa

Para o Covid-19.

FIM

João Pessoa-PB, 25 de maio de 2020.

BENTO JUNIOR
Enviado por BENTO JUNIOR em 06/06/2020
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