De morto estou me fazendo/Pra vida não me matar
Mote de Dalinha Catunda
DE MORTO ESTOU ME FAZENDO
PRA VIDA NÃO ME MATAR
Airam Ribeiro
O famoso vírus chinês
Veio pra acabar com tudo
Mas aqui no meu estudo
Isso não foi Deus quem fez
Matando muitos duma vez
Numa cama hospitalar
Não dá para acreditar
É o fim, está parecendo
De morto estou me fazendo
Pra vida não me matar.
Pra Globo de televisão
A Globo lixo tão falada
As mortes são anunciadas
Não tem curados pra eles não
Enche de pavor a nação
Na manchete espetacular
A vil maneira de informar
E muitos não estão percebendo
De morto estou me fazendo
Pra vida não me matar.
O vírus está no nosso meio
Porém com muito exagero
Tem gente querendo dinheiro
Falo pra você sem receio
Do bolo o vírus é o recheio
Que muitos vão saborear
Muitas contas irão aumentar
Isto de cá já estou vendo
De morto estou me fazendo
Pra vida não me matar.
É barato a cloroquina
Só não é satisfatório
Para aquele laboratório
Que gosta de uma propina
Curou aquela menina
Que não conseguia respirar
Com a infecção pulmonar
Já estava quase morrendo
De morto estou me fazendo
Pra vida não me matar.
Mais a vida continua
Com ou sem aglomeração
Vai é quebrar a nação
Se o povo não for pra rua
É a verdade nua e crua
Ninguém vive sem trabalhar
Quando a geladeira esvaziar
Muitos vão ficar padecendo
De morto estou me fazendo
Pra vida não me matar.
E assim sigo a estrada
Com minha vida de errante
Mais parecendo um assaltante
De máscara sem roubar nada
Será o vírus uma piada
Para os políticos contar?
Quantos eles vão faturar
Nos muitos que estão morrendo
De morto estou me fazendo
Pra vida não me matar.