UM SERTÃO DE SENTIMENTOS
Na lida constante com o gado
No trabalhar de verão a verão
Pelas campinas e roçados
E na colheita do algodão
O corte da palma é abençoado
O sertão em sua missão
No recordar para reconhecer
No ordenhar de cada dia
Religiosas ao amanhecer
O trabalho era a companhia
E no cultivar para sobreviver
Intenso cenário em poesia
Nos doces feitos por Toinha
E nas aves que ela cuidava
Nas orações escritas por Nen Maria
Com belas letras ela desenhava
A vaqueira no cuidar de todos os dias
Garrotes no cercado ela laçava
Com bênçãos de Frei Damião
E de Santa Rita de Cássia
E com o poder da oração
A devoção com eficácia
Pedidos a Padre Cícero Romão
A fé expressa com pertinácia
As bonecas de pano fazem lembrar
De uma religiosa de Juazeiro
Maria de Araújo do Ceará
Terra de um povo guerreiro
Com suas bonecas a costurar
Beata adorada pelos romeiros
Lembrando da bondade dos Vicentinos
A Ozanam, o respeito e reconhecimento
Na compreensão de valores desde menino
A educação como maior argumento
Enalteço os franciscanos e beneditinos
Fraternidade e união são os fundamentos
De Santa Brígida na Bahia
Terra de intensa religiosidade
O cantar dos pássaros em sinfonia
Nas serras da sinceridade
Buscando na paz, a harmonia
Os caminhos da serenidade
Um sertão de sentimentos
E campos repletos de gratidão
Nas romarias ao longo dos tempos
No compreender de cada sertão
No poetizar com argumentos
No expressar de um coração
OBSERVAÇÃO:
A pintura é do artista plástico mineiro Rui de Paula.