LEGADO DO SARAU

Formato: ABCBDB

NO SARAU DA CONSCIÊNCIA

A arte me transformou

Onde antes via niilismo

Ele me fez ver esplendor

Contido no aqui e agora

onde o SENTIR é regedor.

Neste templo artístico

A egrégora me abençoou

Cuja força me propeliu

A ser torna explorador

D'um universo localizado

Bem no meu interior.

No sarau visitei dimensões

E a melhor foi a mística

Nessa aprendi que a vida

Está além da sofística

Onde a mente é um grão

Na praia imagística.

O sarau deu ao meu ser

A grandiosa oportunidade

De visitar jardins floridos

Com beleza e vivacidade

Cuja exuberância me levou

Pru centro da eternidade.

Nele eu conheci artistas

Que tinham vida espiritual

o amor sendo o seu guia

expressavam sua arte astral

Em meditação me colocava

Me desprendendo do carnal.

Eram artistas iluminados

E o sentir seu mecanismo

Convertiam em arte a essência

oriunda do seu animismo

onde a mesma me ensinava

que o criador do budismo.

O sarau mostrou a mim

O caminho da felicidade

O ponto de partida é o eu

E o percurso a imensidade

Galgado por todo aquele

Que colabora pra humanidade.

Berço de essências vivas

O sarau era como esfera

Iluminado como estrela

Belo como primavera

Que me tirou do escuro

Composto por quimera.

Ali encontrei a bússola

A arte virou meu norte

Deixei de ser sozinho

Intuição virou consorte

Que me aproxima do viver

Me afastando da morte.

Das agruras da existência

Ali encontrei o antiveneno

Que me purifica do temor

Me deixando bem sereno

Tal cura se chama ARTE:

Que me gera encantamento.

Para alguém do interior

Eu me sinto privilegiado

Por ter criado conexões

Com seres iluminados

que respiram arte

e tem espírito imaculado.

Uma das maiores lições

Foi sobre o bem da união

Onde juntos somos árvores

cuja seiva é a comunhão

que sorvida queima males

Despertando o coração.

Dali proveio outra lição

Pra não ser torna samica

Basta enriquecer a alma

Estabelecendo sintonia

Com tudo que nos eleva

Nos pondo em harmonia.

Vi que ali a vida era bonita

Fruto da paz e não tormenta

O sarau foi como um cálice

E a arte como juventa

Cada gole que eu tomava

Sentia o efeito da acalenta.

O caminho uno foi mostrado

O caminho da paz e do amor

Dádivas sagradas e eternas

Que tira a casca e toda dor

Trilha real que não é utopia

Mas exige coragem e dispor.

Nele artistas me ensinaram

Que até a dor gera inspiração

Quando esta vem da empatia

E do sentimento de compaixão

Em relação a todos aqueles

Que estão presos na escuridão.

E que a luta só vale a pena

Quando é pela humanidade

Mas pra isso sair do casulo

Alçando voo pra imensidade

Cujo progresso está na ação

E no agora a oportunidade.

Sempre serei grato ao sarau

Pois o seu legado me salvou

Antes dele regia desequilíbrio

Mas seu legado me despertou

Agora luto mais do que fujo

Com paciência, fé e vigor.

Santo André, 15 de Maio de 2020