Xarope de cloroquina serve até pra febre do rato

FOLHETO A QUATRO MÃOS – POETAS FÁBIO MOZART E CRISTINE NOBRE

FM

O Presidente Bozó

Como grande patriota

Curandeiro, benzedeiro

E um autêntico idiota

Prescreveu a cloroquina

Pra curar sua patota.

Você vá tomando nota

Lambedor de cloroquina

Uma receita infalível

Para a pessoa mofina

Bozó foi o criador

É quem prescreve e assina

CN

Ele trouxe lá da China

Bom é tomar com azeite

Mas dispense o adoçante

Para ter melhor deleite

E se tiver um capim

Acrescente e aproveite!

Misture com mel e leite

Ficando bem animado

As orelhas vão crescer

Vai falar com relinchado

E todo mundo vai ver

Sua cara de abestado.

FM

Conforme fui informado

Pelo doutor Bolsonaro

Esse lenimento cura

Intelecto e tino raro

Deixa o paciente tolo

Sem raciocínio e faro

Mas ele deixa bem claro:

Tem a predisposição

O cabra precisa ser

Ignorante e babão

Palerma imbecilizado

Puxa-saco de patrão

CN

Com muita convicção

Um jumento batizado

Que sem muito amor à vida

Obedecendo ao malvado

Gado que segue seu dono

Nesse circo improvisado

O sujeito alienado

Engole até gororoba

Mulheres na contramão

Fazendo chá de taioba

Qualquer dia engolem bosta

Vestidos de carioba

FM

Enquanto isso, o soba

Prepara sua meisinha

Que é um remédio caseiro

Pra curar a gripezinha

Cuja receita oculta

Aqui a gente esquadrinha

Você pega uma tesourinha

Corta os três fios de ouro

Do cabelo do diabo

Reza três rezas de agouro

E quatro preces perversas

Dedica ao demo vindouro

CN

Se o Demo der estouro

Por falta da cabeleira

Mesmo sendo poucos fios

Vai fazer uma sujeira

Seu corpo vai ser imune

Depois dessa brincadeira

E tu sem eira nem beira

Ficarás bem chacoalhado

Pensando: “o Diabo é bom

Estarei imunizado

Com saúde e com riqueza

Não serei um fracassado”

FM

Olhando por outro lado

Vou prescrever a receita

O modo de se fazer

O remédio dessa seita

Dos fãs de Jair Messias

Povo da mente estreita

Primeiro faça a colheita

De duas lágrimas do cão

Misture com creolina

E três barras de sabão

Quatro quilos de enxofre

Um punhado de carvão

CN

E não será nada em vão

Toda essa misturada

Antes de ir para o fígado

Dará boa fermentada

No estômago do cabra

Pra pessoa ser curada

A receita é arretada!

E não para por aí

Tem outros ingredientes

Pra usar e repetir

Junte a baba do capeta

Vai ser bom pra digerir

FM

Se o doente grunir

É que ta fazendo efeito

Carvão de osso de sogra

É componente insuspeito

E intriga de parente

Também fará bom proveito

E sem nenhum preconceito

Acrescente a cloroquina

Com um punhado de pimenta

Dois quilos de toxina

Colhão de carneiro mocho

Suco de naftalina

CN

Para o menino ou menina

Que queira um novo sabor

Algo nunca antes visto

Que um gênio elaborou

Com um poder invasivo

Um coquetel de sabor

A patente é de doutor

Conhecido na cidade

Homem muito astucioso

Mas de pouca integridade

O seu saber destoante

Faz nascer a crueldade

FM

Com toda sinceridade

Livre de qualquer malícia

Esse homem de patente

Tem presença fictícia

O que pensa é fantasia

Ou é caso de polícia

Com sua grande estultícia

Essa receita prescreve

Como falso esculápio

Vai derreter como neve

Tanto que já é chamado

De Bolsonaro, o breve

CN

Receita que não é leve

Fórmula proposital

Proposta por um demente

Que pensa que é o tal

Que mente mais do que tudo

Passa remédio letal

Não tem rabo, o animal!

O filho do capiroto

É um projeto de gente

Capaz de jogar esgoto

Em receita pra doente

Pois ele é um cara escroto

FM

E se você é canhoto

Manipule com a direita

Essa é a mão ideal

Para aprontar a receita

Com muito ódio na mente

Conforme manda a seita

Precisa fazer colheita

Do chá Garra do Diabo

Misturar bem com enxofre

E temperar com o rabo

Do inimigo Cão Coxo

Aumentando o menoscabo

CN

Mistura leite e quiabo

Esse xarope acelera

Mexe com o intestino

O diabo destempera

Deixa tudo bem fedido

Pra ferrar com a galera

Pior que essa “mizéra”

Dessa receita adoidada

Mesmo dando um tremelique

Deixa gente acreditada

A ignorância impera

Nessa terra tão amada

Com a merda afrouxada

Aparece a assadura

Com plena convicção

De que o remédio cura

Só mesmo a arte do cão

Faz essa conjectura

FM

Mesmo sendo merda pura

O bolsominion acredita

Sai à rua, dá chilique,

Faz vergonha, ronca e grita

A direita no Brasil

Na sua versão xiita

Se enganam com a cor da chita

E proclamam a ditadura

Em um bailado cafona

De plena subcultura

Debocham da dor do povo

Esculacham sepultura

Mesmo sem musculatura

Esse povo nos dá medo

O horror do despotismo

Não esquecemos tão cedo

Ufanista palhaçada

Sabor de xarope azedo.

Fábio Mozart e Cristine Nobre
Enviado por Fábio Mozart em 10/05/2020
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