A Casa de um Poeta

Almejando poesia

Fiquei a me perguntar,

Comecei a escrever,

Entre linhas registrar,

Onde é que um poeta

Poderia habitar?

Como pode alguém falar

Numa linguagem bem discreta,

E revelar com arte e jeito

A morada de um poeta?

Se no campo ou na cidade,

Recitar é sua meta...

Se alguém ainda não sabe,

Então, procure conhecer,

Pois, a casa de um poeta

Tem um banco para escrever,

Tem o mistério do luar

Após o sol adormecer.

Quem conhece sabe bem

Ser poeta é morar

Onde a brisa predomina

Arejando o lugar,

Sonhos são redescobertos

Numa rede a balançar.

A casa de um poeta

É toda feita de papel,

Os tijolos são poemas,

O cimento feito mel,

Chega a ser tão divertida,

Parecendo um bom Cordel.

É uma residência nobre

Coberta de inspiração,

Rodeada de um alpendre,

Acompanhado de um salão

Para o poeta desfilar

Ritmando sua canção.

Pode haver simplicidade

Nessa rústica chopana,

Apelidada de tapera,

Até mesmo de cabana,

Não importa o que dizem,

O importante é ser bacana.

Na casa de um poeta

Um instante virá verso,

A maldade é convertida

Num sentimento inverso,

E o verso é elevado

Ao sublime universo.

Na casa de um poeta

O cenário é diferente,

As palavras emocionam,

Mexem o coração da gente,

Quem pensava em desistir

Vai querer seguir em frente.

A casa de um poeta

Merece mais atenção,

Merece ser enxergada

Com os olhos do coração,

Pois, é dessa fonte amiga

Que as palavras dão emoção.

Na casa de um poeta

Os pilares são esperança,

Sustentando o alpendre.

Recheado de lembrança,

O descanso é garantido

Numa rede que balança.

A casa de um poeta

Parece meio ralé,

Possui o brilho vistoso

Dos olhos do caboré.

Tem a forma da cabaça,

Um toque cheio da graça

Igualmente um cafuné.

F B Ferreira
Enviado por F B Ferreira em 06/05/2020
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