O SALVADOR DE BEBÊS

Atenção que eu vou narrar

A história dum camponês

Nascido para ser bom

O Salvador de Bebês

Vou começar e depois

Explico para vocês.

O simples drama que fiz

Tão depressa me levou

Para um caso de um baú

Que minha vó me contou

Eu agora tenho um guru

Tanta luz me inspirou.

A primeira guerra fez

O mundo ver a ilusão

A Alemanha pereceu

A Ásia só explosão

Do outro lado Israel

Poder bélico na mão.

Um soldado de Israel

Como nobre militar

Duma trincheira escapou

Aquele Ser popular

Um enfermeiro da Paz

Que só veio pra ajudar.

Cortez abriu o portão

Pensou vir ao Brasil

Mas quando leu seu jornal

Só entrava o povo civil

Que fosse pegar pincel

Foi e levou o seu cantil.

E gritou alto pela mãe

Descendo um grande degrau

Abraçou com sua irmã

Sai na bicicleta, e tal

E usa o seu inglês

Com sua voz de cristal.

Ouviu em Jerusalém

Um fato que resolveu

A fuga de alguns bebês

Depois ele conheceu

De forma também feliz

Foi em Lisboa que se deu.

Pois, enfim, conseguiu

Em Lisboa vir morar

Começa assim escrever

Na guerra que vai passar

Em Israel nasceu, mas

Portugal lhe fez amar.

Muita chuva caiu

Frente àquele trovão

Não sabemos se gostou

Ou se ficou no salão

Só sei que ele foi refém

Se alimentou com limão.

Católico diz amém

Colhe flores no jardim

A palavra sempre é amor

Ele cheirando um jasmim

Gritava pra tudo ouvir:

- Rezem pro povo de Berlim.

A partir daquele instante

Passou a ser nobre Cortez

Não alguém do país Israel

E sim, um bom português

Acolhido com amor

Fica na terra de vez.

A medicina não perdeu

A física usou a maçã

No crucifixo Jesus

Um presente da Irmã

No coração tinha Deus

Para vida salva e sã.

O Salvador de Bebês

Foi exímio orador

Andando por Portugal

Considerado doutor

Guerra da destruição

O nobre Cortez ficou.

Ele foi o bom menestrel

Que nas campinas cantou

Lembranças que vão ficar

Gravadas desse pastor

Que nasceu em Belém

Terra que Jesus brotou.

Dos bebês só cuidou

E viu gente matar

Lidou como um bom pai

Não quer ouvir nem falar

Prefere sempre dizer

Pro mal fez silenciar.

Usou um termo bem fiel

Quando falou no perdão

Foi o enfermeiro que lutou

Como um grande e bom cristão

Ainda guarda seu cantil

Que faz pensar na razão.

Jamais se deixou cair

No que era o seu dever

Sabia ele seu papel

Em vidas que podia rever

O português foi capaz

De só bondade fazer.

Ele era um grande leitor

Da vida infantil

Queria somente cuidar

Praticou e nunca sumiu

Dos bebês do paiol

Muitos, feito um funil.

Cantando com violão

Nosso mestre trovador

Imita um sabiá

Da cena seu diretor

Troca voz com curió

Precisou de um tradutor.

Cortez sem muito plano

Pra Portugal o destino fez

Daquelas crianças cuidar

Muito menino freguês

Nas calçadas se soltou

E seu amor não se desfez.

Este Ser praticou o bem

Fez tanta gente viver

Dentro dum grande barril

Vindo criança nascer

Depois vivendo a lutar

Na busca do bom saber.

Numa brava rapidez

Veste um simples paletó

Amansa o seu coração

Olha ali distante o sol

Funda mais um hospital

Para uma vida melhor.

Explicando pra vocês

O título que ele tem

Acredito que o Cortez

Ao chegar de Belém

Na maternidade foi

Ser esse servidor do bem.

Houve muitos bebês

Espalhados pelo chão

Mães que queriam comer

Numa grande escuridão

Uma vela se acendeu

E ele fez a gratidão.

Pegou nos braços um bebê

E a mãe, simples, sorriu

Abraçando aquele bom homem

Que ali nunca se viu

De uma guerra ele veio

E tudo conseguiu.

Uma mãe lhe abençoou

Foi logo dizendo assim:

- Cuidem desses bebês

E limpe todo o jardim

O guarda nunca vai passar

Faça amigo, isso por mim.

Aquele homem numa paz

Foi falando com amor

O filho de uma mamãe

Lhe chamou de Salvador

Um título de emoção

A mulherada aclamou.

Ele sempre foi lutar

E merece esse troféu

Quando ele quebrou tabu

E pulou dentro do hotel

Deu forças para viver

Jogando fora o chapéu.

A sua nação Israel

Dele nunca se lembrou

Respeitado em Portugal

E o português lhe pegou

Cuidando de bebês

Seu título “Salvador”.

Tratado com açafrão

Na sua cama marfim

Foi preciso decidir

O porque ficar assim

Luta pra se libertar

Aliviando o seu fim.

O enfermeiro popular

Tanta saudade viveu

Seu nome é festival

Que sozinho reviveu

O mundo inteiro não quer

Dizer: - O velho morreu!

Azedo igual a jiló

Brilha longe o luar

Seu corpo está sutil

Só nos resta é cantar

Revirando seu baú

Onde vão lhe enterrar?

FIM

João Pessoa-PB, 21 de março de 2020.

BENTO JUNIOR
Enviado por BENTO JUNIOR em 04/05/2020
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