COMO UM FILHO DO CÃO VEIO NASCER

O Diabo lá do inferno

Sem ter nada o que fazer

Foi no mato buscar lenha

Pra o Capeta se entreter

Uma cabeça de vaca

Sozinho pegou a mexer

Fogo subia paredes

Pra Satanás não morrer

Aquele caldeirão enorme

Depressa logo a ferver

Botaram bem dentro dele

A folha de mussambê

Falaram que o resultado

O mundo ia conhecer

Seria o pior político

Que veio aqui aparecer

Demônios correm ligeiro

Porque precisavam ver

O Cão chamado de Bobo

Quis tudo dali saber

O Lucifer deu um pinote

E botou tudo a perder

Ele pegou a lagartixa

Fazendo tudo espremer

O sangue da coitadinha

Chegou logo embranquecer

Jogou dentro desse fogo

Pra todo mundo comer

Matou duas jararacas

E começou a contorcer

O resultado depois

Um corpo sobreviver

Estava tudo tão podre

Naquele imenso feder

Tudo dentro da panela

Até para o amanhecer

A terra de cemitério

O bicho foi pra escolher

Pois botou com água suja

Ele mesmo foi beber

Fumaça corria mundo

Tudo fez escurecer

Daquela simples ideia

Nascia péssimo ser

Que seria um presidente

Que nunca iria saber

Como se governa mesmo

Sem bondade oferecer.

João Pessoa-PB, 15 de novembro de 2010.

BENTO JUNIOR
Enviado por BENTO JUNIOR em 03/05/2020
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