VÍRUS NO AR
Eu bem cedo me acordei
A Terra logo parou
Ouvindo o músico Raul
Sua letra confirmou
Estamos vivendo um caos
Corona vírus chegou.
O mundo todo em alerta
Teve início a epidemia
E depois, logo adiante
Se torna uma pandemia
Um vírus que traz o choro
Tanta tristeza e agonia.
A China fez sua parte
E tudo ali teve início
Porém, na Itália e na Espanha
É tão triste o precipício
O Planeta se destrói
É a vida em sacrifício.
Esse vírus contra-ataca
E não tem medicamento
A descoberta não tarda
Por enquanto, só lamento
Governos soltam dinheiro
A Bolsa cai rendimento.
Capitalistas morrendo
No mais profundo abandono
O vírus, ali circulando
Se sentindo teu dono
É melancólico ver
Toda a cidade sem sono.
Planeta Terra como está
Um vírus dominando
É ver a ineficiência
De quem está governando
Uns percebem o valor
Da humanidade cessando.
Esse vírus destrói menos
Do que o capitalismo
Nesse momento de crise
Não critique o Socialismo
O dinheiro até cura
Mas corrói o metabolismo.
Não existe um termo correto
Para o assunto explicar
Fala-se o que não se deve
Quando devíamos calar
Não importa o ter capital
Os dois só fazem matar.
Outros fazem a política
Na horrenda situação
Prendem capital no mundo
E querem sua aplicação
Governantes se acordem, sim
É tempo de reflexão.
O vírus chegou e mostrou
A estrutura mundial
Países vendendo bens
Achando tudo normal
Nosso povo está perdendo
Seu lugar pra o capital.
A Europa pagando o preço
Pelo acordo financeiro
Valorizam aplicações
Se utilizam do dinheiro
Para enricar quem é rico
E empobrecer o mundo inteiro.
Não é a peste que tem
E sim, período proposto
Por esse vírus do século
Que só nos causa desgosto
São grandes as consequências
Fogem os risos do rosto.
O momento é incerteza
Não passa de especulação
As medidas são tomadas
Eis a grande confusão
Uns permanecem nos lares
Outros fazem a veiculação.
Essa doença se alastra
E tudo se contamina
Não adianta remédio
Nem tampouco vitamina
Ela mata gente idosa
O menino e a menina.
Se você não se cuidar
Com certeza ela te pega
Te joga no isolamento
E a saúde te renega
Fique bem resguardado
À tua casa te entrega.
O povo não vai às ruas
Se tranca na residência
Na expectativa, quem sabe
Ser salvo pela ciência
Gente na ingenuidade
Debanda na incoerência.
Não se pode duvidar
Desse poder que ele tem
Depois da gripe espanhola
Tão forte o vírus vem
Acabando o imunológico
Que parecia estar bem.
Corona vírus é forte
Invade as portas do Ser
Nos deixa tão vulneráveis
Tantos perdendo o poder
Outros caindo num abismo
Lhes restando só morrer.
Muitas doenças chegam
E eu vou tocando naquela
Que matou tanto Cristão
A forte Febre Amarela
Lá no Rio de Janeiro
Osvaldo deu fim a ela.
Oh! Que Malária terrível
O besouro, o Barbeiro
Leva muitos a óbitos
Africano e brasileiro
Depois logo se alastrou
Mas teve seu fim primeiro.
Sarampo e coqueluche
Bexiga com a papeira
A Conjuntivite e olhado
É do tempo da Parteira
Agora a hora vem e pede
Luz à Nação Brasileira.
Esse mal Corona vírus
Não há muita explicação
O povo fica nas casas
Nasce assim a solidão
Nada de ser afetivo
Distanciar é permissão.
O efeito tem sua causa
Aponta bibliografia
A religião amedronta
O ser humano contagia
Das palavras proferidas
Nos cultos do dia a dia.
Acreditem na criação
Porque o Deus nos protege
Ergue os braços para todos
E a consciência ele rege
O indivíduo sabe disso
Até mesmo o povo herege.
E ouvindo Raul percebi
Bela musicalidade
Essa criação sonora
Vem pra atualidade
Como a terra parou
Vírus sociedade?
O Raul quando está cantando
Tudo não passa de um sonho
Pois bem, maluco beleza
O povo ficou bisonho
Ninguém sai de seu casulo
Esse vírus é medonho.
O sonho do nosso cantor
Se tornou logo uma crença
Não há ninguém que não negue
O porquê da desavença
Políticos zombavam antes
E agora no vírus pensa.
Tantos questionamentos
Chegando à nossa mente
O porquê da pandemia
Que faz matar tanta gente
O que tudo quer dizer
Nesse imenso Continente?
A resposta é complexa
Ninguém sabe responder
O mundo virou um mercado
Da vida não quer saber
Muitos querem o lucro
E vamos sobreviver?
Milhares de moribundos
Neste continente afora
Na Ásia, na Europa e América
No meu Brasil chegou agora
Cuidemos dessas vidas
Para gente não ir embora.
Viver é mais importante
Seja em qualquer conjuntura
O vírus invade a mente
A pessoa entra em loucura
Cuidemos uns dos outros
Pro mundo sair da tortura.
Agora vou terminando
Este meu triste cordel
Escrito dentro de casa
Que tem gosto de mel
Me cuidando e botando
Pelas mãos álcool com gel.
FIM
João Pessoa-PB, 23 de março de 2020.