O Transportador e a Parteira
Quão ilustre ousadia
De um homem do sertão
Que outrora o bem fazia
Com muita disposição,
Sobre a água que corria
Veloz na escuridão,
Consegue ultrapassar
E do outro lado chegar.
De barreira a barreira
Assim estava o rio,
E carregando a parteira
O homem sentia o frio,
Naquela cena passageira;
Um verdadeiro desafio,
Outrora superado
Por um cidadão esforçado.
Na atual modernidade
Quem teria a atitude
De enfrentar a dificuldade
No rio em sua plenitude?
Dispondo da habilidade,
Gozando real saúde,
E suplantando o perigo
Sendo um leal amigo.
Toda esta trajetória
Para chegar à morada,
E poder fazer história
Nesta pátria tão amada;
Conquistando a vitória
Quase pela madrugada;
Depois de tal sofrimento
Apreciar um bom momento.
Nesta várzea verdejante
Quando o médico estava ausente,
Porque num lugar distante
Tratava de um doente;
Com o coração radiante
A parteira tomava a frente,
E realizava com cuidado
O parto tão esperado.
O horizonte enrubescido
Anuncia outro dia,
O coração padecido
Palpitava de alegria,
Ao saber que havia nascido
Quem no futuro ia
Conhecer com admiração
A história da região.