VERSOS EM SEXTILHA
CLUBE DO REPENTE (30/04/20)
Sextilha:
Heleno Alexandre & João do Serrote Preto
Heleno
Não que queira usar alguém
De peças pra meus consertos
Só quero aquecer um pouco
Caprichar nos meus acertos
Pra quando Acrízio chegar
Eu não passar por apertos
João
Para que não passe apertos
Vou tentar te socorrer
Sparring serei agora
No que vai dar vamos ver
Mas capriche nos seus versos
Pois é "fei" pra eu perder
Heleno
Só quero me aquecer
Para enfrentar o momento
Não pense que vou lhe usar
Pra isso como instrumento
Que até jogador de bola
Faz seu pré aquecimento
João
Jogue o assunto no vento
E vamos nós dois "simbora"
Repente não é meu forte
Pra pensar passo uma hora
Mas se é só pra brincar
Não quero ficar de fora
Heleno
Poeta vamos embora
Aqui ninguém nos segura
Vou colocar uma manta
Com três dedos de largura
Nas costas, você montar
Rumo ao pico da cultura
João
Não estou a sua altura
Mas meu cavalo arreio
Sei que vou me enrolar
E passar muito aperreio
Eu já me sinto feliz
Ser um vate é que anseio
Heleno
Não tem bonito nem feio
Não tem grande nem miúdo
Leve a carga se eu cansar
Você cansando eu ajudo
Saber de nada é quem anda
Dizendo que sabe tudo
João
Com elogios não me iludo
Mas já me sinto rompante
Por estar nesse momento
Glosando um gigante
Praticando poesia
Nunca pensei nesse instante
Heleno
Mesmo sendo iniciante
Você se mostra potente
Pra cento e quinze pessoas
Nesse clube do repente
Que abre espaço pra todos
Estamos tendo o da gente
João
Entrei nessa chapa quente
Me atrevi ficar no meio
De um clube sem precedentes
Agora sinto receio
De disputar desafio
Pois não quero fazer feio
Heleno
Mas notei que você veio
Astuto como um titã
Hoje mostrou que está
Pronto pra um amanhã
Vou lhe chamar de meu ídolo
Pode me chamar de fã
João
Não vamos com tanto afã
Sei o chão que estou pisando
Poetas grandes são raros
Pra chegar lá tô faltando
Ter nascido já poeta
Mas aqui tô me esforçando