Bicho-tecnologia

Eu briguei com meu teclado,

Pois que tanto merecia,

Me fazia tudo errado

Fosse de noite ou de dia.

Meu sujeito e predicado,

Eu juntava, ele partia.

Até no recurso falado,

A minha voz não ouvia.

E o corretor ortográfico

Sempre zombando dizia:

O teu erudito esperado

É só balde de água fria.

Eu fiquei indignado.

Vai-te tecnologia!

E num ato endiabrado

Acabei com meu teclado.

Dia seguinte estaria

Meu nome matriculado

No curso famigerado,

Que era a datilografia.

José Freire Pontes
Enviado por José Freire Pontes em 30/04/2020
Código do texto: T6932851
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