O TOMA LÁ DÁ CÁ (Ou o vírus da corrupção)
POR JOEL MARINHO
Depois de tanto arrotar
“O presidente sou eu”!
O “mito” já se rendeu
Vejo o discurso mudar
O “deus sol” murcha na chuva
E para o centrão se curva
Pelo jeito já se rende
Luís catorze já era
Ou segue os passos das feras
Ou na masmorra eles prendem.
 
E se quiser saber mais
Leia um pouco a nossa História
Desde o Império há degola
A guilhotina é voraz
Ou você entra no jogo
Ou o circo pega fogo
E logo vira o palhaço
Esse toma lá dá cá
Chega até a enfeitiçar
Quando vê já está no laço.
 
Eu homem de meia idade
Já faz tempo vejo isso
Políticos sem compromisso
A não ser com a vaidade
É nojento, triste e cruel,
Eles tomam todo o mel
E ao povo nem rapadura
Nesse mar de corrupção
Há mais político ladrão
Que pra covid sepultura.
 
E às vezes tem quem queira
Fazer algo diferente
Montar um plano decente
Mas logo vira caveira
Fica igual a boi de piranha
Só sobram os ossos sem banha
Acaba falando sozinho
E vai sucumbindo aos poucos
Na gaiola canta louco
Preso feito um passarinho.
 
Isso não é uma crítica
É apenas constatação
Que a peste da corrupção
Dentro da nossa política
Virou práxis, infelizmente,
Parece até a serpente
Que enganou Eva e Adão
Tornou-se um grande legado
E se estendeu o pecado
A toda a população.
 
Pois é só ver os discursos
Do “ele rouba, mas faz”
Parece que o Satanás
Tomou conta do percurso
Quem trabalha é o otário
Mas quem rouba o numerário
Por vezes vira herói
Eu prefiro o que é meu
Dê a César o que é seu
Riqueza o tempo corrói.
 
Eu por aqui vou ficando
De olho nessa novela
Espero que a branca vela
Não esteja a mim chegando
Pois eu ainda acredito
Em um país mais bonito
Ensinando as nossas crianças
O mal que a corrupção
Faz para a nossa nação
Tirando sonho e esperança.