AS DESGRAÇAS NÃO SÃO MAIS QUE LIÇÕES E APRENDIZADOS
POR JOEL MARINHO
 
São tantas notícias tristes
Guerras, terremotos, tiros,
A bala rasga outro peito
Falta água, luz, me viro,
É para ficar pior
Chega uma praga sem dó
Invisível e mortal vírus.
 
Mas o que me trás aqui
Não é pra falar de desgraça
Ao contrário, o que quero;
É dizer que tudo passa
Com imensa confiança
Muito amor, paz, esperança,
Venceremos a ameaça.
 
Os jornais trazem a nós
Além dessa turbulência
Alguns exemplos tão lindos
De união e paciência
Que nos dá tanta alegria
Fazendo do nosso dia
Uma espécie de recompensa.
 
Exemplo de humanidade
Pessoas que vão à rua
Enfrentando a tempestade
Na realidade dura e crua
Para doar alimentos
Levando alguns alentos
Em meio à desgraça nua.

O jornal anunciou
O mais velho sobrevivente
Um centenário que viu
Tantas ações inconsequentes
Primeira e Segunda Guerra
Guerra Fria em toda a terra
Sobrevivendo as torrentes.
 
Observamos a lua
Enfim olhamos ao céu
Aqui da nossa janela
Tiramos o nosso véu
Deixamos a natureza
Em paz mostrar a beleza
Sem a aspereza cruel.
 
O céu ficou mais azul
Com menos poluição
Os animais pelas ruas
Com muita paz e união
Mostrando ao ser humano
Que vivemos um grande engano
Que nos leva a destruição.
 
Percebemos finalmente
Que gente precisa de gente
Olhando só ao nosso umbigo
Tornamo-nos insolentes
Perdemo-nos no narcisismo
Preso ao subjetivismo
Vem o bote da serpente.

Não gostamos da desgraça
Porém nos faz refletir
Quando nós a encontramos
Tempos bons vem a seguir,
Pois nos tornamos mais fortes
Vencemos até a morte
E novos dias vão surgir.
 
E se quiser discordar
Busque ler mais a História
O mundo todo perdido
Naquelas manhãs inglórias
Recessão de vinte e nove
Como é que se resolve?
Aquela questão vexatória.
 
O homem então mudou
Inventou tecnologia
Deu mais valor a ciência
E saiu da letargia
E mesmo em outra guerra
Dominou espaço e terra
Criou fontes de energia.
 
Sei que a cruel ganância
Faz-nos produzir demais
Talvez por isso a terra
Com um balanço desfaz
Mostrando com energia
Que se não tiver harmonia
Volta tudo para trás.

Talvez só isso que falte
Aos humanos aprender
A harmonia com a natureza
Seria o maior saber
Mas pode ser que esse poeta
Analisa de forma incorreta
Por isso peço a você.
 
Deixe sua opinião
Pr’uma discussão sadia
Porque as grandes ideias
Não surgem na letargia
E para que construamos
Um futuro mais humano
A discussão é todo dia.
 
Vivemos na corda bamba
Feito um equilibrista
Já dizia Elis Regina
Essa nossa grande artista
Precisamos aprumar
E outro rumo tomar
Numa nova e linda vista.
 
E disso eu tenho certeza
Esse ciclo vai passar
E quando todos estiverem
Prontos para abraçar
Abrace e beije sem pena
O seu “moreno ou morena”
Tens um mundo a conquistar.

Que nos sirva de lição
Essa noite turva e fria
E faça-nos mais humanos
Tire-nos da letargia
Vista seu melhor sorriso
Ter mais amor é preciso
Quando nascer o novo dia.
 
A você, muito obrigado!
Por ler humilde cordel
Desse poeta amador
Que sonha em ir para o céu
Porém sem nenhuma pressa
Porque ama a vida a beça
Mesmo em um mundo cruel.