A CRENÇA EM LÍDERES POLÍTICO E RELIGIOSO OU O MAL QUE NOS CERCA
JOEL MARINHO
Tem gente que crer em Lula
Outros creem em Bolsonaro
Já outros fumam maconha
Pra falar com dinossauros
Fico só observando
Toda essa gente pirando
E com cara de otário.
 
Gente batendo em panela
 Grita fora presidente!
Acenando das janelas
Com aquele canto insolente
Enquanto isso o covid
Fica mandando convite
Dizendo, oi minha gente!
 
E dessa forma o mundo
Fica a conferir cadáver
Uns jejuam, outros rezam,
Pra que a peste se acabe
Reza oração e vela
Pra vírus laico é balela
Pra ele não é entrave.
 
A História já mostrou
Essa mesma presepada
Todas as pestes que houve
Quem resolveu a parada
Foi sempre a nobre ciência
Com trabalho e coerência
Que deu fim nessa emboscada.
 
Que fique bem claro aqui
Não brinco com sua fé
Pois eu também tenho a minha
E não importa qual é
Mas não seja igual o Frota
Que segue qualquer idiota
Como um grande Zé Mané.
 
Com fé sim, mas racional,
Vamos vencer essa peste
Com alegria e união
Da ciência com o celeste
Pois essa desunião
Só leva a separação
E com ilusão reveste.
 
Fico triste em ver gente
Colocando sua fé num homem
E dizem que leram a Bíblia
Essa ânsia me consome
Em Primeiro Coríntios aparecia
“Fujam da hipocrisia”
Antes que o Diabo lhe dome.

Eu não sou religioso
Talvez nem seja cristão
Não sigo todos os preceitos
Da nobre religião
Porém a Bíblia eu leio
Para não ficar alheio
E seguir líder sem noção.
 
Quanto a político, amigo!
Pare de perder seu tempo
Vêm as próximas eleições
Vote melhor, ainda há tempo.
Tirem esses do poder
Votem em outro ou vá você
Tiremos esses nojentos.
 
Já vimos que não deu certo
Todos parecem iguais
Parece até que torcemos
Pra que não roubem demais
Olha o nível que chegamos
Será que estamos lutando
Pra sustentar canibais?
 
A briga dos últimos anos
Parece que só piorou
O brasileiro a meu ver
Virou grande torcedor
Desse ou daquele grupo
Será que ficou maluco?
Perdeu noção do amor.
 
Nem mesmo na pandemia
Perdeu o povo esse legado
De torcer por um político
De um jeito exacerbado
Briga de foice ou facão
Por político de estimação
Como um desmiolado.
 
Amigo deixe de onda
Ele não quer nem te ver
A não ser nas eleições
Para enganar você
Depois passa quatro anos
Pensando num novo engano
Pra de novo te envolver.
 
Promete a educação
Esgoto, asfalto e calçadas,
Mas quando está no poder
Só anda numa blindada
E só na próxima eleição
Vem pegar na sua mão
É a mesma presepada.
 
Criou esquerda e direita
E separam o trabalhador
Um diz aqui é melhor
O outro diz não senhor!
Melhor é aqui do meu lado
E tu todo abobalhado
Abraça-o por puro amor.
 
Brigam na televisão
Você diz esse é o cara
Agora a coisa melhora
Pois esse um fala as claras
Porém lá nos bastidores
São abraços, beijos, flores,
Essa farsa não é rara.
 
Só estou falando isso
Porque já participei
De convenção de partido
Porém não me embriaguei
É um mar de hipocrisia
Nojenta, funesta e fria,
Eu juro, não suportei.
 
Cai fora enquanto era tempo
Pra não me contaminar
Não deu tempo nem ao menos
Para eu me filiar
Sai quase vomitando
Como não acreditando
E nunca mais voltei lá.
 
Se eu fiz errado não sei
No entanto, sou consciente,
Se tivesse ingressado
E enganado muita gente
Jamais dormia tranquilo
Sabendo que tudo aquilo
É um líquido “corroente”.
 
E tu que está brigando
Por Bolsonaro ou por Lula
Com isso perdem amizades
Largue a mão de ser mula
Enquanto eles tomam vinho
Pagando de coitadinho
Você cachaça que engula.
 
Vou me despedir aqui
Mas a ti deixo um recado
Que deixe nesse momento
As diferenças de lado
Se em casa puder ficar
Não vá dá sopa ao azar
Salva a ti e aos teus chegados.