COM O CORDEL NO PESCOÇO

Mas, prá que se preocupar?

Logo mais a gente volta a invadir

Os mercados, as lojas, o bazar

Na sede incontrolável de consumir.

Disputando com unhas e dentes

O estacionamento, até a vaga do deficiente

Com a desculpa que é “rapidinho”

Ou, que houve um imprevisto

Que não havia visto

A prioridade do velhinho.

Calma, pega leve

Prá que ficar empurrando?

Tudo se ajeita. É breve.

Olha como tudo novamente vai se congestionando...

Não te disse...? Também estava com saudades

De expressar nossa pseudo-bondade

Nas mais simples ações.

Já pensou se não julgassem cultural

A “boa índole” que já anda meio mal

Deixaria como fato, as piores impressões.

E, o velho e inseparável egoísmo disfarçado

Que dá as “caras” com ares de precaução

Sempre quando nos sentimos ameaçados

Tanto nesta quanto qualquer outra situação?

Todo atropelo para o mesmo sentido aponta:

A despensa tá cheia! Mas é uma afronta

Às pessoas em geral.

Ninguém está sozinho nessa

E, não há nada que impeça

A prática da ética e da moral.

Todavia, isso contraria o nosso “jeitinho”

Defendem até os futuristas e sonhadores

Que o legado é a mudança de caminho

Após este torvelinho de ameaças e horrores.

No meu “canto” aponto prá mesmice

Andamos tropeçando nas idiotices

Nas incoerências, na insensatez.

E, mudar isso só o tempo, quiçá a dor

Que vem apontar novamente os efeitos do desamor

Ao longo do tempo, mais uma vez.

Torço prá que esta pausa

Contrarie meu sarcasmo, minha ironia

Que é o tempero prá uma outra causa:

Refletir enquanto construo poesia

Aqui do meu jeito

Desajeitado, todo imperfeito

Não alheio, tampouco pessimista

De olhar esta experiência como desafio

Onde a vida pode estar por um “fio”

Neste mundo tão materialista.

Néo Costa
Enviado por Néo Costa em 06/04/2020
Reeditado em 06/04/2020
Código do texto: T6908626
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