SÃO GABRIEL – A TERRA DOS MARECHAIS
O Vice-Rei do Rio da Prata,
o espanhol: Dom Gabriel;
desempenhou “seu papel”,
em atitude sensata.
Assim, a história retrata,
a quem, cultura consome;
pra quem, da origem retome:
o que determina a Lei.
Em honra do vice-rei,
São Gabriel, ganhou o nome.
Mil Setecentos e Cinquenta:
da história, suas escritas;
as Estâncias Jesuítas,
nossa memória sustenta,
como raio de tormenta,
no Cerro do Batovi.
Porém firme, aguentou ali:
a intempere, com altivez.
-Portugal, tomou a vez,
ao Tratado de Madri.
Chegou, Mil e Oitocentos,
o reinício da história,
e seguindo a trajetória,
surge os primeiros “acentos!”
e com eles, “os movimentos”,
do povo Gabrielense.
Lembro a voz do amanuense,
Dom Felix de Azara.
Capital e tapejara,
da República Riograndense.
Plantada sobre as coxilhas,
consciente de seu destino;
co’a fé, à mão do divino;
aquebrantou armadilhas,
promoveu paz, ás guerrilhas;
calou a voz dos rivais,
na promoção dos iguais,
forjou sua própria história,
sobre o píncaro de glória:
da Terra dos Marechais.
Ante o lunar de Sepé
e tilintar de chilena.
A Santa Cruz de Lorena;
marca o chão, em Caiboaté.
O taura morreu de pé
olhando, pras Reduções.
Era o guardião dos guardiões
foi um rei fora do trono.
Essa Terra já tem Dono:
dizia, contra às Missões.
Guarani, nasceu peleando,
cresceu, com os campeadores;
enfrentou os invasores:
batina preta, arrastando,
que chegavam “se adonando”:
do chão, do corpo, da alma.
Entre a promessa de calma,
tomavam conta de tudo,
pousando de macanudo,
exigiam loa e palma.
Tiaraju, cumpriu a saga,
lutando pelo seu povo.
O antigo, por ser novo,
o bom exemplo sufraga.
A honra, ninguém apaga,
nem mesmo, se tripudiada.
Depois, de há muito, elevada,
ao Supremo Criador;
a fibra do campeador,
mantém-se, por nós guardada.
Salve o solo brasileiro,
um viva a São Gabriel;
visite o sul, um dossel,
de lua grande e luzeiro,
além do mate caseiro,
o churrasco tradicional,
brasido de lenha e sal
espetos sobre o moquém.
Em tempo de querer bem,
meu abraço fraternal.