GALOPE BEIRA MAR - DESAFIO

GALOPE BEIRA MAR EM DESAFIO

Juciana Miguel & Heleno Alexandre

Juciana

Não gosto de briga, nem de desafio

Mas desafiada, eu fui por Heleno

Poeta fraquinho, do verso pequeno

Que ele afirmando, jamais eu confio

Porém na porfia, vou meter o fio

Pra ele aprender, a me respeitar

Virar sua cara, quando eu for passar

Engolir o verso, se me ver cantando

Que poeta ruim, termina apanhando

Nos dez de galope na beira do mar

Heleno

Mas você só vive se equivocando

Disse que lhe canto, é um desaforo

Jamais pediria você em em namoro

Que de mulher fraca tou me afastando

Lhe ponho de quatro, mas vou explicando

É só para a sela puder colocar

Comigo em seu lombo você vai andar

Em corrida máxima no mínimo uma légua

E o povo dizendo: espore essa égua

Nós dez de galope da beira do mar

Juciana

Você não é grande, pois mede uma régua

O verso é pequeno, parece formiga

Só gosta de briga, de fazer intriga

Já o meu currículo, é mais de uma légua

Querendo ficar, seu pai de uma égua

Traga a viola, comece a cantar

E se tá pensando, em desafiar

Ajeite seu verso, afine a goela

Que vai apanhar, de uma magricela

Cantando galope, na beira do mar

Heleno

Vejo que depois que lhe pus a sela

Já me surpreende da forma que corre

Vou puxar as rédeas senão você morre

Que égua não sabe descer na banguela

Lhe botar na pátio e fechar a cancela

É minha intenção pra depois soltar

Mas antes com milho vou lhe engordar

Mas cedo ou mais tarde eu lhe recupero

Que eu gosto de égua mas magra eu não quero

Nós dez de galope da beira do mar

Juciana

Poeta pequeno, aqui não tolero

Cabra desonesto, não tenho respeito

Só gosto de homem, com amor no peito

E o seu amor, é de zero a zero,

Você me pediu, mas não considero

Já vi vou morrer, sem considerar

És porco no verso, jumento em cantar

Seu cabra safado, seu galo de rinha

É muito melhor, versejar sozinha

Nos dez de galope na beira do mar

heleno

Ju é apelido da minha galinha

Que já faz dois meses que não bota um ovo

Vive se esfregando nos galos do povo

E eu com vergonha de dizer que é minha

Mas ganhei um frango da minha madrinha

Quando ela viu ele começou cantar

Ela com você não vou comparar

Mas você diz coisas que eu penso que sim

Deixando bem claro que é louca por mim

Nos dez de galope da beira do mar

Juciana

Você só parece com guaxinim

E mesmo que fosse um Príncipe encantado

Jamais eu queria você do meu lado

E nem por trilhões, lhe diria sim

Um pobre coitado que já tá no fim

Que do "mei" pra baixo só faz balançar

Nem se tiver gancho consegue amparar

Porque a idade de ninguém esquece

Somente Matias, me ama, me aquece

Cantando galope na beira do mar

Heleno

Você quer ser boa, mas quem lhe conhece

Não lhe indica pra que alguém lhe conheça

Pobre do Mathias talvez não mereça

Levar essa cruz, pois ninguém merece

Imagino a tanto que ele padece

Você dia e noite ter que aturar

Já fiz uma análise e vou declarar

Talvez você preste na cama deitada

Porque no repente não serve pra nada

Nos dez de galope da beira do mar

Juciana

Porém sua esposa é desenganada

Não é poetisa, muito menos magra

Porém seu marido somente em viagra

Consegue fazer a mulher amada

Mas esse coitado na hora acertada

Começou subir, descer, infartar

Foi preciso o médico lhe recomendar

Ato sexual está proibido

Matias comigo está garantido

Nos dez de galope na beira do mar

Heleno

Quem dera você me ter por marido

Bastava só hoje na cama macia

Daqui nove meses Elisa teria

Seu primeiro irmã bonito e nutrido

Para ser madrinha do recém nascido

Professora Nilma iria chamar

Mas falando sério se eu lhe pegar

Você vai sentir prazer de verdade

Passar quinze sem ter não vontade

Nos dez de galope da beira do mar

Heleno Alexandre
Enviado por Heleno Alexandre em 29/03/2020
Reeditado em 07/08/2022
Código do texto: T6900893
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