APAGAR UM ADEUS DE QUEM SE AMA
Eu vivia com ela satisfeito
E mamãe muito mais tendo-a por nora
Desde o dia que ela foi embora
A tristeza se hospeda no meu peito
Já tentei colocar mas não tem jeito
Uma substituta em minha cama
A saudade que sinto me inflama
E a lembrança dos beijos me persegue
A borracha do tempo não consegue
Apagar um adeus de quem se ama
Só na rádio eu afasto a solidão
Mas seu nome não sai da minha mente
São pra ela meus motes de repente
E penso nela em qualquer declamação
Quando pedem que eu cante uma canção
De amor se repete o mesmo drama
Já neguei o seu nome no programa
Mas o meu coração não quer que negue
A borracha do tempo não consegue
Apagar um adeus de quem se ama
Não consigo esquecê-la um só minuto
Só Deus sabe na vida como estou
Soube até que ela nunca me amou
Mas não ligo, essas coisas nem escuto
No desprezo me sinto como um fruto
Quando cai de maduro e se esparrama
Lhe tratei como quem trata uma dama
Mesmo sendo tratado como um jegue
A borracha do tempo não consegue
Apagar um adeus de quem se ama
Eu escrevo e nem sei se você lê
Mesmo online nos grupos que coloco
No seu nome em todo verso eu toco
Para ver se você de longe você vê
Quando durmo é sonhando com você
É nesse sonho você é quem me chama
O seu corpo despido de pijama
Ao meu corpo na cama sendo entregue
A borracha do tempo não consegue
Apagar um adeus de quem se ama
Estrofe: Heleno Alexandre
Mote: Lucélia Santos