PENTATEUCO BOLSOMÍTICO
O folheto PENTATEUCO BOLSOMÍTICO é uma antologia de 5 folhetos, lançados virtualmente de 2018 a 2020, revisados e adaptados, abordando alguns atos do atual governo brasileiro. É um contraste ao TETRALOGIA LULÁSTICA, lançado em 2010, com folhetos de 2003 a 2010, abordando o governo Lula. Portanto, antes que me julguem, não sou faccionário de nenhum dos dois políticos.
I – CONHECERÁS A VERDADE E A VERDADE MANIPULARÁS!
O ex Capitão Jair
Pelo Povo foi eleito
E numa Democracia
Tem todo o meu respeito.
Não contava que cumprisse
Tudo aquilo que disse,
Nem mudasse o próprio jeito.
Não perdeu a arrogância
E mantém a ironia.
Debateu com aliados
Pra acabar a agonia,
Pois político quer cargo
E um saldo muito largo
Pra compor sua maioria.
Para agregar aliados
Tudo é preciso fazer.
Até seu próprio partido
Está querendo comer
Do ‘bolo’ que o ‘Centrão’
‘Tá querendo ‘meter mão’,
Sem fazer por merecer.
Chamou 22 Ministros
Para as pastas maiorais.
Foram prometidos 15
Cargos ministeriais.
Mas devido às circunstâncias
E acordos de outra instância,
Acabou cedendo mais.
Mesmo sem a ‘Ficha Limpa”
Estão preenchendo vagas.
A promessa é que sua ‘BIC’
Agirá como uma adaga
Para que a população
Saiba que a corrupção
Com honestidade se apaga.
Atacou tanto os veados
Que até virou piada.
Logo após um atentado
Quando levou uma facada,
Deixou de usar o reto:
Seu cocô tem peso certo,
Sai numa bolsa lacrada.
Persegue os esquerdistas
Achando que são anormais.
Mas é assim na política,
Todos são muito iguais:
Votam em seu benefício
Leis que ferem os princípios
Laicos, éticos, morais.
Antes de ser o Eleito
Já provava desse mal.
Meteu a própria esposa
Em um jogo assessoral:
Usou cheque pré-datado
De um dinheiro “emprestado”
Sem declaração fiscal.
Seus filhos seguem seu rumo.
Políticos profissionais!
Buscam o controle de tudo,
Zombam dos racionais:
“- Pra papai fazer sucesso,
Nós fechamos o Congresso
E todos os Tribunais”.
Praticaram extorsão
Ao pedir aos assessores
Que devolvessem a ‘metade’
Dos salários em valores:
“- Pois, se todo mundo faz,
Isso não é nada demais,
Só uma troca de favores”.
O ex Capitão ‘tá vendo
O que é o Executivo.
Mesmo sua experiência,
Dentro do Legislativo,
Não deu jogo de cintura
Pra mudar a estrutura
Contra a qual foi combativo.
Ser ‘Mito’ é perigoso,
Visto que a mitologia
É tradição inventada
Em prol da demagogia.
Mais um ‘Santo do Pau Oco’
Não agrada nem um pouco
A mim, nem à maioria.
II – O MUNDO É PARA OS QUE NÃO QUEREM O MAL!
Se a democracia é o poder do povo,
O povo nunca chegou ao poder.
Apesar de ser o montante total
No jogo político vive a perder.
Uma minoria entre as demais,
Vira maioria nos novos anais
Passando o poder àquele que vencer.
Nem a ditadura com as suas sombras
Assombra o sonho de quem já sonhou.
Com a liberdade incrustada nas unhas
Comungamos juntos o senso do amor.
Direitos iguais a todos e todas!
A cada cem anos celebrando bodas
Do dever cumprido de trabalhador.
Somente o princípio da maioria
Não deve agora ser considerado.
Quem vence deve governar para todos
Com leis e políticas pros discriminados.
Seja por raça, cor, religião,
Classe social ou por opinião
Ninguém deve ser diferenciado.
Quem é diferente sofre preconceito.
Quem vive distante é um anormal.
Quem come o fruto do qual é igual
É assassinado por ser imoral.
A força que tem uma minoria
Para acabar com esta covardia
É unir-se e tornar-se uma maioral.
Respeitar as mulheres será nosso norte
Seja avó, seja mãe, amiga, irmã, esposa.
Não será permitido ataque de néscios
Que comparem estes seres às mariposas
Ou que o estupro do macho seja um prêmio
Que no final da noite, o louco boêmio,
Ofereça feliz com um bafo de raposa.
Pra que o meio ambiente seja inteiro
Preservado em todo o seu esplendor:
Sua fauna viva e a flora verdejante,
Não é preciso pedir-lhe favor.
Amazônia, Pantanal Mata Atlântica
Outros biomas e suas semânticas
Serão defendidos com muito clamor.
Os índios com direito à sua terra
E os negros com um trabalho bem legal:
Contrato, carteira e plano de saúde
Para os quilombolas e pro povo em geral.
No Brasil querido e no mundo afora,
Os esquecidos e os que vêm lá de fora
Recebam tratamento especial.
Sonhamos com um Brasil mais ordeiro
Com o povo lutando pelo seu progresso,
Independente dos ditos políticos,
Pra termos direitos e termos acesso,
Não só a benefícios sociais,
Mas à dignidade e bens culturais,
Senão só teremos mais um retrocesso.
Cumpra seu dever para exigir direitos
Mesmo sendo leigo nas causas legais.
Juízes sem vendas burlam a justiça,
Arrotam na mídia que são maiorais.
Comemos c’os olhos, lambemos co’a testa,
Nem somos penetras dentro dessa festa
Armada nos meios pré-judiciais.
Gozar os direitos é o que precisamos
Está no inciso constitucional
Sem distinção viva a sua vida
Aceite que todo mundo é igual
Mesmo diferentes de faces e bolsos
Lugares falares e múltiplos gozos
O mundo é para os que não querem o mal!
III – O BRASIL ESTÁ FICANDO TERRIVELMENTE TERRÍVEL!
Nosso novo presidente
Sempre fala o que pensa
E o que pensa o torna
Um homem que cospe ofensas.
Mas depois volta atrás:
“- Não falei nada demais”.
Põe a culpa na imprensa.
A salada partidária
É de causar confusão.
Não se sabe quem é quem:
Todos na corrupção.
Siglas com letras avulsas
E ideologias convulsas
Postas em liquidação.
Esquerdistas se perderam
Nas direitas e nos lados.
Esqueceram a ideologia,
Ficaram muito aloprados.
Seu discurso de intriga
Só veio provocar briga
No nosso povo roubado.
Elogia a força bruta
Das tropas milicianas.
Condecora assassinos
Sem respeito à raça humana.
É a favor de esquadrão
Que atire e meta a mão
Quando estiver de campana.
Ele até que prometeu
Fazer a Nova Política
Se embananou, se perdeu,
Não tem nenhuma logística.
A prática está igual:
Um toma lá, dá cá, legal.
É corrupção prolífica.
Pois o Centrão continua
Na grana metendo a mão,
Pra aprovar a Previdência
Exigiu o seu quinhão:
As verbas orçamentárias
De forma bem perdulária
Desmoralizam a Nação.
Se aposentou bem jovem
E já foi contra a reforma.
No poder se transformou
‘Tá criando novas normas.
Se preocupando em armar
A classe média que está
Com a sua plataforma.
‘Tá destruindo a cultura
Que por nós foi construída,
Para impor seus ideais
De sociedade reprimida,
Onde todos dizem amém
E não respeita ninguém
Que é contra sua investida.
Educação para ele
É somente o bê-a-bá
E o dois mais dois são quatro,
Ninguém precisa avançar.
Só os filhos dos barões
Que são donos dos milhões
É que devem estudar.
Agrotóxico na comida
Para ele é baboseira.
O importante é produzir:
- Preservação é besteira!
O agronegócio mata
Mas a exportação dilata
Dinheiro além das fronteiras.
Por isso que ele quer
Dar filé mignon pros filhos.
O pobre que roa o osso
Do coitado do novilho.
Quem estudou diplomacia
Estudou por que queria
Ter na vida um novo brilho.
Os filhinhos do papai
E o papai dos filhinhos
Tão transformando o Brasil
Em seu próprio curralinho.
Onde: “ – Quem manda sou eu!
Acima de mim, só Deus,
Abaixo: o Zé Povinho.”
IV – PERDIGOTOS DE UM LOUCO CAUSAM DOENÇA MENTAL!
Vivemos em um país
Que é uma piada pronta.
Cada dia uma novidade
Que a Nação fica tonta.
Elegeram foi um louco
Que não vale nem o troco
Por causa de tanta afronta.
Mesmo assim seus eleitores
Acham que ele é normal.
Não sabem que os perdigotos
Causam doença mental.
Ouvem o seu blá-blá-blá
E não conseguem pensar
De forma racional.
Resistente à hierarquia
E muito indisciplinado,
Se rebelou no Exército
E de lá foi expurgado.
Fez acordo pra sair
E passou a ser Jair,
Vereador bem votado.
Fez a sua escalada
Defendendo militares
Por mais soldo e pensões
Para seus familiares.
Junto com milicianos
Ampliou mais os seus planos
Nos campos parlamentares.
Ambicionou Brasília
E logo chegou por lá.
Arranjou para seus filhos
Uns colegas assessorar.
Um virou vereador
Com a mãe digladiou
E é quem mais quer mandar.
Na época da ‘deputança’
Nem um projeto ele fez.
Foram quase 30 anos
De severa escassez
De benefícios à Nação.
Apenas fez confusão,
Todo cheio de altivez.
Pertenceu ao baixo-clero
A vergonha da política.
Fisiologistas natos
Com a ética raquítica.
Fez discursos fanfarrões
Repetindo os bordões
Da ditadura balística.
Viu o povo sem esperança
E emplacou um discurso:
Que o problema era a esquerda
Herdada do povo russo.
Ele tinha a solução:
‘arma’ e ‘religião’,
Com a ‘tradição’ a pulso.
‘Não é de cumprir em pé
O que combina sentado’.
Desafiado à paz
Traz a guerra pro seu lado.
A sua beligerância,
Junto à sua inconstância,
Dá-lhe um ar de tresloucado.
Hoje teme traições
E só confia nos filhos
Que metem os pés pelas mãos
Tirando o país dos trilhos.
Pensam que estão em casa
Criando e crescendo asas
Se transformando em caudilhos.
Do escritório do crime
Ao gabinete do ódio,
Põem veneno na internet
Deturpando episódios.
Mas não admitem a culpa
São covardes, me desculpa,
No sangue carregam sódio.
O Brasil não é nau frágil!
Já enfrentamos tormentas,
Cinco séculos de histórias,
Nosso povo só lamenta
Que no momento atual
‘Tejamos assim tão mal
Com essa alma sebenta.
V – PRESIDENTE VAI-E-VOLTA NA TERRA DO NUNCA MAIS!
Pulando de galho em galho
Sempre foi ‘fisiologista’.
Presidente sem partido
Se acha um estrategista,
Mas sempre usou o poder
Para se favorecer
Como um oportunista.
Saiu do PSL
Pois queria mais poder
E o dinheiro na mão
Para na mão todos ter.
Seria o maioral
Pra não ficar sem moral
Que começou a perder.
Amigos se afastaram,
Aliados de raiz.
Foi chamado ‘vagabundo,
Seu governo iam implodir’.
Ele não se incomodou
O barco sozinho tocou
E disse estar feliz.
Desde sempre arrogante
Fala mais do que o que deve
Pra se sentir maioral
E o que fala não se escreve
Pois depois volta atrás,
Mas não se julga capaz
De explicar seus revezes.
Fez desmonte dos ‘petralhas’
Nos cargos de estatais
E implantou evangélicos
Juntos com outros radicais
Da direita reacionária
Que está milionária
E ainda pede mais.
Seus aliados indicam
Pra cargos de confiança.
Na Câmara, no Senado,
Toca conforme a dança,
Depois distribui dinheiro
De verba pros garapeiros
E faz a maior lambança.
Foi assim com a Previdência.
Tenta a reforma Fiscal
E na a Administrativa
Diz que vai lascar o pau.
É só papo de bandido
Que está comprometido
Com a bandalheira geral.
Prometeu a Lava Toga
Para sujar os juízes
E logo voltou atrás
Para encobrir os deslizes
Que um filho cometeu,
Da CPI se esqueceu
E todos estão felizes.
Seus filhos ajudam muito
Ele a ser um vai-e-volta.
São numerados de fábrica
Uma verdadeira escolta,
Que ao tentar proteger
Fazem o pai se perder
E o que vem na boca, solta.
Manda PEC da crueldade
Arrochando quem trabalha
E depois volta atrás
Sem admitir sua falha.
É um refém da imprensa
Que ele tanto lança ofensa
Reclamando que só o ‘malha’.
Ao falar da ‘pandemia’
Começou ironizando
Depois contemporizou
Aos governos ajudando.
E logo voltou atrás,
Diz: - Que a mídia é que faz
Auê aterrorizando.
Pedimos impedimento
Pois prova ser incapaz.
Presidente vai e volta
Não reflete e pouco faz.
Se não ajuda o país
Vá-se embora daí
E não volte nunca mais.
Jotacê Freitas
Salvador, 27 de março de 2020.