COISAS QUE VOCÊ NÃO DEVE FAZER NA QUARENTENA
Com medo do “coronel”
Estamos na quarentena
O marasmo nos agita
A rotina envenena
Tem gente descontrolada
Pensando em sair de cena.
Já a cabeça obscena
Leva o tempo a furunfar
Afundado na luxúria
Não vê o tempo passar
E haja libertinagem
Da cama despedaçar.
Escondido no seu lar
O cabra se vê fecundo
Sem ter nada pra fazer
O gênio fica profundo
Nunca se sabe o que sai
Da mente do vagabundo.
Com essa crise no mundo
Tem o lado positivo
Forçado ao confinamento
O quengo fica ativo
Surge a sensibilidade
E o espírito efusivo.
Em tudo surge um motivo
Pra se ocupar e ser útil
Mudando seus paradigmas
Esquecendo o lado fútil
Desnudando seu caráter
De um jeito inconsútil.
Também tem o cabra inútil
Descarado e imbecil,
Que passa o dia no Face
Em um ofício hostil
Debochando da tensão
Que se vive no Brasil.
Compartilham fake news
Desorientando o povo
Escrevem no Facebook:
“Epidemia é meu ovo!”
Se um cabra desse adoece,
Eu juro, não me comovo.
Da minha lista removo
A turma da cura gay
Os crentes “de resultado”
Que querem impor sua lei
E juram que a doença
É castigo do seu “rei”.
Se funciona, não sei
Pois eu já sou ancião
Mas, dizem, libidinagem
É certo pra ocasião
Botar álcool gel na rola
Onde passa mais a mão.
Se alguém bater no portão
Com objetivo macabro
Dizendo que é da Saúde
Controlando o descalabro
Você grita lá de dentro:
“Estou contigo e não abro!”
Os meus olhos entreabro
E vejo esse povo mal
Se aproveitando da crise
Pra roubar o pessoal
Do tipo que bota sal
Em comida de hospital.
Se um amigo legal
Quer te fazer companhia
Combinando uma visita
Recuse, porque é fria!
Mesmo que levar vegano
Pra uma churrascaria.
Leve sua alegria
E a sua animação
Para os amigos do peito
Mas sem aglomeração
Levante o astral da turma
Através de ligação.
Com o celular na mão
A amizade aprofunda
Mata a saudade, incentiva,
Sem que o vírus difunda
Porque mesmo à distância
O amor superabunda.
Epidemia desbunda
Portanto, confie e ouça
Nada tendo a fazer
Procure lavar a louça
Porque jacaré parado
No caso não vira bolsa.
Todo mundo desembolsa
Sua parte nessa crise
Impacto em todo planeta
Sem fronteira que não pise
Privatizar o egoísmo
E a irmandade estatize.
Cheque sem fundo não vise
Leve consigo a lição
Não vote em algoz da ciência
Seja cabo ou capitão
Dar poder a ignorante
É andar na contramão.
O planeta é Plutão
Que rege o ano do mal
Associado a mortes
Em sintonia infernal
Pra combater a moléstia
Precisa ser radical.
Consciência social
É a nossa ferramenta
Permissão de ir e vir
Agora um pouco se ausenta
Sente a bunda no sofá
Deixe passar a tormenta.