COISAS QUE A MOLECADA SÓ FAZIA ANTIGAMENTE

Hoje já tendo acordado

Bem postado no presente,

Retornei ao meu passado,

Lembrei logo de repente

De coisas que a molecada

Lá fazia antigamente.

Tais coisas foram surgindo

Uma a uma em minha mente

Quanto mais ia pensando

Mais surgia novamente

O que os animais sofriam

Com as brincadeiras da gente.

Usando pedra de mão

Alguém acertava anu.

Era um tal de botar sal

Nas costas do cururu

Pendurar latas no rabo

De jumento, pra xuxu.

Baixando o rabo do burro

Passava-se gasolina.

Iam 5 ou 6 meninosa

Pra assanhar gato na usina,

Apelidar um cachorro

Escondido numa esquina.

Tinha alguém que com apito

Ia espantar andorinha.

Muito além do que foi dito

Voltava a lembrança minha

Assim baladeira cito

Matando muita rolinha.

Vinha com a bexiga lixa

O rato na ratoeira.

Tinha quem não tendo rixa

Esticava a baladeira

Pra acertar na lagartixa

Que passava na carreira.

Tinha gente que gostava

E também se divertia,

Quando um calango pegava

E com um cordão prendia,

Via que o bicho tentava

Mas do canto não saía.

Treinar canário pra briga

Era outra diversão.

Surrar bode com urtiga

Produzia danação

De quem fazia até figa

No cruzamento do cão.

Pense aí num jeito errado

Para assustar a galinha.

Já vendo o ovo botado,

Espantava a pobrezinha

Tendo o ovo dela levado

Para fritar na cozinha.

Mesmo vendo desse jeito

Maltratado o animal,

Hoje vejo, por direito,

Não ter que agir como tal

Para não ir, por mal feito,

Às barras do tribunal.