Pandemia e Pandemônio

Paranoia, neurose,

Discurso apocalíptico

Isso já tá para psicose

Dizem-me os críticos

Minimizando a situação

Dando pouca atenção

Ao problema encíclico.

Vou a uma reunião

De pessoas conscientes

Noto muita falação

Dos inúmeros presentes

Não ligam pra distância

Vivem como na infância

Achando tudo incipiente.

Ando na rua e vejo filas

Bancos, ônibus e trens

Nem todo mundo se exila

Pois lutam por seus bens

Vão às lojas e mercados

Não podem ficar trancados

E continuam suas viagens.

Vejo estranhos se falando

Seus rostos bem juntinhos

Estão quase se beijando

Partilhando seus cuspinhos

Outros estão a tossir

Sem ao menos a boca cobrir

Deixando saliva nos caminhos.

Os Fake News proliferando

Como o vírus se infestam

Bem rápido se espalhando

Ao papel sujo se prestam

De contaminar muita gente

Enganar os inocentes

Que a verdade não atestam.

Não sejamos ignorantes

Dizendo que é a mídia

Por demais alarmante

Agindo com perfídia

Para obter audiência

Sem qualquer leniência

Armando-nos uma insídia.

A pandemia é realidade

O vírus está a se alastrar

Em várias sociedades

De países aqui e além mar

A atenção é constante

Solução ainda distante

Vacina por hora nem pensar.

Por isso escutemos atentos

As autoridades coerentes

Que orientam com argumentos

Como devem agir toda gente

Façamos esforço tamanho

Não sejamos tacanhos

Mas sim inteligentes.

Vida é que está em pauta

A própria e a dos demais

E se os cuidados lhe falta

A sua parte não faz

O risco tende a aumentar

O corona vai se espalhar

E as mortes mais e mais.

Não adianta a pandemia

Ignorar como coisa qualquer

Pois o vírus está no dia a dia

Pegando homem e mulher

O Covid fazendo o pandemônio

Não vê quem não tem neurônio

Ou combatê-lo não quer.

Aberio Christe