UM PAPA ORDINÁRIO

Esse papa comunista

De Bento roubou o anel

Beija a mão de Maduro

E também a de Fidel.

Chega até a dar tapa

Em uma pobre fiel

Com o peito cheio de fel

Por fogo em pequena escala

Critica o Bolsonaro.

Não fala da morte de coala

Nem mortos por comunistas

Na África, Rússia, Bengala

Toda imprensa se cala

Quando maltrata um fiel

Dão destaque à sua fala

Fazem o maior escarcéu

Quando ele criou um sínodo,

Invertendo seu papel

Pra vigiar nosso céu.

Viaja para o Sudão

Pra beijar seu ditador.

Não critica em sermão

O extermínio de baleia

Por Noruega e Japão.

Quem não respeita o irmão

E tirou cadeira de Bento

Na cadeira de São Pedro

Não poderia ter assento

Ainda recebe o Molusco,

Um outro mal elemento,

Pra adiar o depoimento

Dum sujeito que não ora

Condição que esse papa

E a Santa Sé ignora

E na cara de seu povo

Dá uma tapa sonora.

E na de nossa senhora

Sujeito bem ordinário,

Deixe seu povo de lado

Pra abraçar presidiário.

Em um ato repressivo

Indigno pra um vigário.

HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO

FORTALEZA, JANEIRO DE 2020