A VOLTA
Digo para mim : a hora é essa,
E para que tanta pressa?
Fiquei tanto tempo ausente
Que mesmo de repente
Voltei, e me sinto contente.
Contente por voltar a escrever
E entre as linhas manuscritas me ver.
Me olhar de uma forma natural
Que me sinta uma pessoa normal.
Escuto o gorjeiar de uma sabiá
Que rapidamente me trouxe para cá.
Onde tudo se tornou uma beleza
Afastando de mim toda tristeza.
Olho para o meu caderno,
E digo : Poeta sai deste inferno.
Os momentos ruins irão passar,
Assim que teu amor voltar a brilhar.
Pego a caneta no relevo
E rabisco o poema que ora escrevo.
É com imensa satisfação
Que a felicidade invade meu coração.
Deixo meu abraço apertado
Para os que seguem o poeta Amado.
Dizendo que o amor sempre brilhará
No coração daqueles que perseverar.
Voltei com garra para o meu mundo
De letras neste labirinto fundo.
Retratando o que sempre sinto
Neste cordel que ora findo.
Maurice Asterie