O universo do jumento vaidoso

É tanta história inventada

Pra gente se confundí...

Umas nóis té dá risada,

Outras num serve pra nada

A num sê mandá pra ali!

Igreja é cofre de seita,

“Messias” pra dá c’o pau:

Soares, macedos, sila,

Prometendo a tar "colheita"...

Na verdade é tudo mau:

Compra palácio em Miami

E o pobre não sai das fila,

Morrendo nos hospital.

O sarvadô que acridito

É esse mesmo Jesus

Que conta que veio à Terra

E foi pregado na cruz.

Só qui conta diferente

De tudo o qui ele é.

Tanto é que a tar vaidade

E arrogância dessa gente

Fala uma otra verdade:

Mostra um Deus pequetitinho

Pra mode a fazer tudinho

Do jeitinho qu’eles qué!

E o meu Jesus, coitadinho,

Chamado de “Sarvadô”,

Veio sarvá este mundinho ...

Como se todo o universo

Num fosse mais do qui o resto,

Pra merecê sê cuidado

Por Jesus, nosso sinhô.

A arrogância do povinho

Ponhô Deus servindo ele,

Em vez de sê o seu sinhô.

Botô o “Home” trabaiando,

Sem nem podê discansá,

Prêsse universo tudinho

Ficar lá incima briando

Pra gente só obiservá!

É burrice sem tamanho

E arrogância das maió...

Que inté meu jumento Fanho

Pensava coisa mió:

Deus criô um mundão de estrela,

Galáquiça a dá cum pau

Pro mundinho dessa gente...

Pra merdinha de um grãozinho

De areia, que nem si enxerga,

Nessa tar de Via Látia.

E os hôme no meio dela

Quar só grandeza suprema...

A bostica de uma gema

De um ovo de fazê dó

Que de tão pôca importância

Chera már, e fede tanto

Que nasce pelo fiofó!

Luiz Roberto Bodstein
Enviado por Luiz Roberto Bodstein em 15/02/2020
Reeditado em 28/03/2021
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