O universo do jumento vaidoso
É tanta história inventada
Pra gente se confundí...
Umas nóis té dá risada,
Outras num serve pra nada
A num sê mandá pra ali!
Igreja é cofre de seita,
“Messias” pra dá c’o pau:
Soares, macedos, sila,
Prometendo a tar "colheita"...
Na verdade é tudo mau:
Compra palácio em Miami
E o pobre não sai das fila,
Morrendo nos hospital.
O sarvadô que acridito
É esse mesmo Jesus
Que conta que veio à Terra
E foi pregado na cruz.
Só qui conta diferente
De tudo o qui ele é.
Tanto é que a tar vaidade
E arrogância dessa gente
Fala uma otra verdade:
Mostra um Deus pequetitinho
Pra mode a fazer tudinho
Do jeitinho qu’eles qué!
E o meu Jesus, coitadinho,
Chamado de “Sarvadô”,
Veio sarvá este mundinho ...
Como se todo o universo
Num fosse mais do qui o resto,
Pra merecê sê cuidado
Por Jesus, nosso sinhô.
A arrogância do povinho
Ponhô Deus servindo ele,
Em vez de sê o seu sinhô.
Botô o “Home” trabaiando,
Sem nem podê discansá,
Prêsse universo tudinho
Ficar lá incima briando
Pra gente só obiservá!
É burrice sem tamanho
E arrogância das maió...
Que inté meu jumento Fanho
Pensava coisa mió:
Deus criô um mundão de estrela,
Galáquiça a dá cum pau
Pro mundinho dessa gente...
Pra merdinha de um grãozinho
De areia, que nem si enxerga,
Nessa tar de Via Látia.
E os hôme no meio dela
Quar só grandeza suprema...
A bostica de uma gema
De um ovo de fazê dó
Que de tão pôca importância
Chera már, e fede tanto
Que nasce pelo fiofó!