VOLANTES? NÃO TEM MAIS!
Não vai ser mais como foi antigamente
Que as volantes se embrenhavam no sertão,
Matando a sede com água de cacimba
Atirando com garrucha ou mosquetão,
Enfrentando os cabra de Tirana
Ou mesmo o Cangaceiro Lampião.
Eram cem, duzentos homem se arrastando
Sem conhecer um palmo daquele chão,
Pelas veredas comendo raiz de pau
Num sol a pino que esturricava o sertão,
Quem morria ali ficava nas caatingas
Sem mortalha e sem ter direito a caixão.
Era o governo que comandava as volantes
Tendo na frente um Tenente dando ordem,
A policia desse tempo acabou-se
Hoje em dia sai pra rua quando podem,
Matando cachorro a grito e dando chute
E feito caça acuada no morro eles não sobem.
E quando tenta subir atira a ermo
Bala perdida sem saber pra onde vai,
Nunca acerta quem deveria morrer
Nessa contenda mais um inocente cai,
Tomba sem vida nos becos das favelas
Seja filho, seja mãe ou seja pai.
A policia sabe onde o bandido está
E o bandido sabe onde a policia vai,
Tem um olheiro em cada canto do morro
Passando a fita até da hora que sai,
E o chumbo quente descendo morro abaixo
Sem ter barreira mais um inocente cai.
Seja branco seja negro ou mameluco
Seja velho seja novo morre atoa,
A policia mata mais do que bandido
Nessa disputa que é só bala que voa,
Ponto 50 cuspindo fogo traçante
Armas de guerra que os tiro de longe ecoa.
NÃO TEM VOLANTE QUE DÊ JEITO NESSA GENTE !!!!!