Decassílabos

Eu que sempre vivi em liberdade

Vivo hoje sentindo a falta dela

Tô privado trancado numa cela

Tô vivendo aqui pela a metade

Eu confesso que foi fatalidade

Pois o medo me fez matar primeiro

Só não façam de mim um pistoleiro

Que não sou, nunca fui e não serei.

Eu confesso que matei e só matei

Com medo da morte companheiro

Ao ouvir sua voz gritar tremendo

Como quem implorava pela a vida

Senti medo de perder minha querida

Comovido pela dor saí correndo

Deparei -me com o mal lhe remoendo

Não contive a emoção e atirei

Logo após seu Doutor eu me entreguei

Pra pagar pelo o ato cometido

Se não mato meu amor tinha morrido

Pago preso pela a vida que salvei

Quem de perto ouvisse o que eu ouvi

Com certeza não iria suportar

Ouvi gritos implorando pra parar

Não me toque por favor me deixa ir

Um canalha insistindo em prosseguir

Tentando abusar com violência

Seu Doutor me faltou a paciência

E eu entrei furioso lá na sala

Faltou voz, fiquei cego, faltou fala.

Mais tomei do meu jeito providência

Só eu sei o que passei naquela hora

Compreende quem um dia já passou

Sabe o peso da Cruz quem carregou

Vim morar onde a maldade mora

Abra as grades e me bote para fora

Preciso ser de novo passarinho

Retornar a viver lá no meu ninho

Mais se ver que não sou merecedor

Tranque as grades feche as portas pro amor

E me deixe morrer aqui sozinho.

Diosmam Avelino- 25/11/19

DIOSMAM AVELINO
Enviado por DIOSMAM AVELINO em 27/01/2020
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