A BODEGA
Eu me lembro do armazém
De quando criança eu ia
Guloseimas lá comia
Só por dois ou um vintém
Gente grande ia também
Ninguém conta, ninguém nega
Se esbanjavam com a adega
Pra fiado havia um trato
Eu queria ser um rato
Pra morar nessa bodega.
Tinha queijo, banha e grãos
Sal, açúcar, mortadela
Frigideira mais panela
Pimenta, arroz e feijão
Rodo, vassoura, esfregão
Bacalhau da Noruega
Quem quisesse, havia entrega
Podia não ser barato
Eu queria ser um rato
Pra morar nessa bodega.
Um balcão como convinha
Com o João, Nelo e o Osório
Fomentou até casório
Varal de linguiça tinha
Fumo de corda, sardinha
Cheiros que a mente carrega
Lembrança à alma se apega
Da cidade um aparato
Mesmo eu não sendo um rato
Me esbaldei nessa bodega.
Mote: Eduardo Viana
Glosas e mote final: George Gimenes
Leia também:
"O RATO DA BODEGA" de Stelo Queiroga
https://www.recantodasletras.com.br/cordel/6834569
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Grato pela interação, cara Ahavah:
Também me lembro da Bodega
Nos meus tempos de criança
E não me sai da lembrança
No armazém tinha de tudo
vendia pente, presilha e ramona
para a mulher prender os cabelos
Vendia também os espelhos,
batom, pó de arroz... era brega
E minha vó fazia questão
de comprar tudo na Bodega!
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Grato pela interação, cara Gislaine Ribeiro:
Nem me fale da bodega
Me enche de nostalgia
Sempre ia com meu avô
Nos meus tempos de guria
Quanto mais o tempo passa
Às lembranças a gente se apega
Quem dera voltar no tempo
Comprar doces na bodega.
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Grato pela interação, cara Raquel Ordones:
Eu adoro um armazém,
Lá tem bucha vegetal,
E tem banha animal,
Lá o povo é tudo zen,
Rolo de fumo também,
Lá tem ovo de galinha,
E usam cadernetinha,
Rapadura, sabão de bola,
E bota tudo na sacola,
E doce com colherzinha.
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