INSULTO A VULTO
Vergonha também não sinto
Mas te concedo um indulto
Não porque não sejas culto
E vou tentar ser sucinto
O Padre Cicero, não minto
Talvez seja mais a lenda
Mas não há quem não se renda
Ao vulto de Ibiapina
Que dedicou vida e sina
Em verdadeira oferenda...
Conselheiro de Canudos
Merece respeito e glória
Gravou seu nome na história
Com seus guerreiros desnudos
Ao deixar pasmos e mudos
A reinante sociedade
Defensor da liberdade
De um povo e de sua terra
Criou sua própria guerra
E foi herói de verdade...
A nossa irmã Dulce, então?
A Santa Dulce dos Pobres
Capaz de atos mais nobres
Que o grande Rei Salomão
Fez da vida doação
Em prol do mais pequenino
Mudando muito destino
De quem vivia no entulho
Por isso digo, me orgulho
Demais em ser nordestino...
(Respostando a “Resposta a um Nordestino” de Djalma Marques, apartei um funaré e inda saiu um cordé...)
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