O RATO DA BODEGA

A venda da minha infância

Era maisômeno assim

Tinha de prego a alfiním

De tudo pra dar sustância

Entrava nela com a ânsia

Que um sertanejo carrega

Mais um rebãim de colega

Me alembro e faço um retrato

Eu queria ser um rato

Pra morar nessa bodega...

Tinha rirrí, tinha linha

Veneno, fumo e caxete

Espêi, broa, canivete

Lamparina, pão, farinha

Até refresco ali tinha

Pasta de dente e corega

Faca da boa e da cega

Coisas da rua e do mato

Eu queria ser um rato

Pra morar nessa bodega...

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Stelo Queiroga
Enviado por Stelo Queiroga em 05/01/2020
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