O RATO DA BODEGA
A venda da minha infância
Era maisômeno assim
Tinha de prego a alfiním
De tudo pra dar sustância
Entrava nela com a ânsia
Que um sertanejo carrega
Mais um rebãim de colega
Me alembro e faço um retrato
Eu queria ser um rato
Pra morar nessa bodega...
Tinha rirrí, tinha linha
Veneno, fumo e caxete
Espêi, broa, canivete
Lamparina, pão, farinha
Até refresco ali tinha
Pasta de dente e corega
Faca da boa e da cega
Coisas da rua e do mato
Eu queria ser um rato
Pra morar nessa bodega...
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