19/11/2011 13:34
Ginuveva foi cumida...
Esta reedição é uma homengem póstuma ao Poeta Catulo, paulista, foi aqui do Recanto das Letras. Eu tive a honra de fazer algumas parcerias com ele, que só escrevia na linguagem caípira, mas era um homem culto.
Neste cordel eu "denuncio" ao poeta Airam Ribeiro, o ocorrido com a égua Ginuveva...
Meu cumpadi hoje eu vim
pra modi denunciá
uma coisa tão ruim
qui agora vô ti contá
A Ginoveva eu comprei,
e pru Catulo eu dei
pra na roça ajudá.
Catulo era rapaiz moço
tocadô di violão
e vivia atraiz do poço
da água da salvação.
Mai por dondi eli passava
as muié si intusiasmava
era aquela cunfusão.
Catulo intonce dexô
di tocá nas currutela
foi u modo qui arrumô
di fugi das isparrela.
Incontrô uma moça boa
qui hoji é sua patroa
e eli num vévi sem ela.
Mais u violão bunitu
e os aplausu da muierada
dexava seu peitu aflito,
a saudade era danada.
Intonce num belo dia
Pra pô fim a agunia,
Ele fogi na madrugada.
Na Ginuveva montô,
num falô nem cum a muié.
Antes pra Deus ele orô,
e na istrada botô o pé.
Andô pelu Sul e Norte,
Passô pertinhu da morte
e foi salvu pela fé.
Mas Ginuveva cansada,
cum muitu tempu de andança,
quiria mermu a coitada,
reposá numa bela estança.
Catulo num intendeu,
cum a égua si aburreceu
e prosseguiu ca festança.
Mais u pobre coração
da eguinha tão quirida,
num guentô o trote não.
E dispidiu-si da vida.
Morreu pertim da cidadi,
pra sua felicidadi,
sua morti num foi sufrida.
Catulo foi negligenti,
nem a eguinha interrô,
foi urubú, minha genti,
qui sua carni devorô.
Adispois invergonhadu,
nu remorso sufocado,
eu subi que eli chorô.
É pur issu meu cumpadi,
qui du Recantu eli sumiu,
pur causu da vaidadi,
a Ginuveva partiu.
Tem coisa que eu num engulo,
Mais perdoo u véi Catulo,
qui ninguém mais nunca viu.
Nessas mal traçada linha,
Ti dô essa má nutiça,
Catulo vortô pra Evinha,
Que o aceitô sem maliça.
Mas num iscrivinha mais,
Mi contô o capataiz,
Ex-sordado di puliça.
Um grande abraçu pra vosmicê.
Sua cumadi Hull
Ginuveva foi cumida...
Esta reedição é uma homengem póstuma ao Poeta Catulo, paulista, foi aqui do Recanto das Letras. Eu tive a honra de fazer algumas parcerias com ele, que só escrevia na linguagem caípira, mas era um homem culto.
Neste cordel eu "denuncio" ao poeta Airam Ribeiro, o ocorrido com a égua Ginuveva...
Meu cumpadi hoje eu vim
pra modi denunciá
uma coisa tão ruim
qui agora vô ti contá
A Ginoveva eu comprei,
e pru Catulo eu dei
pra na roça ajudá.
Catulo era rapaiz moço
tocadô di violão
e vivia atraiz do poço
da água da salvação.
Mai por dondi eli passava
as muié si intusiasmava
era aquela cunfusão.
Catulo intonce dexô
di tocá nas currutela
foi u modo qui arrumô
di fugi das isparrela.
Incontrô uma moça boa
qui hoji é sua patroa
e eli num vévi sem ela.
Mais u violão bunitu
e os aplausu da muierada
dexava seu peitu aflito,
a saudade era danada.
Intonce num belo dia
Pra pô fim a agunia,
Ele fogi na madrugada.
Na Ginuveva montô,
num falô nem cum a muié.
Antes pra Deus ele orô,
e na istrada botô o pé.
Andô pelu Sul e Norte,
Passô pertinhu da morte
e foi salvu pela fé.
Mas Ginuveva cansada,
cum muitu tempu de andança,
quiria mermu a coitada,
reposá numa bela estança.
Catulo num intendeu,
cum a égua si aburreceu
e prosseguiu ca festança.
Mais u pobre coração
da eguinha tão quirida,
num guentô o trote não.
E dispidiu-si da vida.
Morreu pertim da cidadi,
pra sua felicidadi,
sua morti num foi sufrida.
Catulo foi negligenti,
nem a eguinha interrô,
foi urubú, minha genti,
qui sua carni devorô.
Adispois invergonhadu,
nu remorso sufocado,
eu subi que eli chorô.
É pur issu meu cumpadi,
qui du Recantu eli sumiu,
pur causu da vaidadi,
a Ginuveva partiu.
Tem coisa que eu num engulo,
Mais perdoo u véi Catulo,
qui ninguém mais nunca viu.
Nessas mal traçada linha,
Ti dô essa má nutiça,
Catulo vortô pra Evinha,
Que o aceitô sem maliça.
Mas num iscrivinha mais,
Mi contô o capataiz,
Ex-sordado di puliça.
Um grande abraçu pra vosmicê.
Sua cumadi Hull