O Vinvim do Nordeste
Vou contar uma história
Que há muito tempo passou
E que termina em vitoria
Pelo bravo que lutou;
A história toda é um enredo
Até aqueles que não conhecem
Ao ouvir ficam com medo!
E até agradecem
De não terem nascido
Naquele tempo de luta
Se não logo eram destruídos
Sem nem mesmo encarar a disputa;
Isso tudo se passou
Pelas bandas do Nordeste
Onde pouca gente escapou
Das unhas daquela peste,
Lá pelo Pernambuco
Era onde existia
Um cabra valente e bruto
Que todos obedeciam;
Lá existia essa temida fera
Dado por nome de Sinhô
Valente como a bestafera!
Que até sua aparência é um horror,
Nunca teve um desafiante
Pois ninguém tinha coragem
Até mesmo a volante
Ao ver cortavam viagem;
Quem o ver
Já fica assombrado
Com medo de morrer
Pois o infeliz só anda armado!
Uma peixeira que de tamanho é um facão
Dois revolver na cintura
Numa sinta cheia de munição;
Ainda mantendo a postura
Carrega um rifre nas costas
Do tamanho de sua altura
Um colete cheio de munição
E ainda seus aliados
Prontos pra fazer destruição;
Na cidade onde morava
Era temido a qualquer custo
Até quando espirrava
O cabra já corria de susto!;
Nunca teve piedade de matar
Atirava por diversão
E qualquer um que atravessar
Ele derrubava no chão!
Não matava a troco de moeda,
Matava por que achava bonito,
Matava só pra ver a queda!;
A sua casa não era na cidade
Ele morava num casarão
Onde ficava a vontade
Lá no meio do sertão,
Era lá onde guardava
Suas armas e munições
E também o que roubava
Dos justos cidadãos;
A volante nunca conseguiu lhe pegar
Pois sua casa era bem vigiada
E o que aparecer já manda logo matar!
Nunca caiu em emboscada
Pois era esperto e ligeiro
Quando saia pelas estradas
Era ele quem via a volante primeiro;
A volante Sempre perdia
Pois ele já o cercavam
E aqueles ali morriam
E os corpos empiduravam
Como um aviso desafiante
Pois até o dia em que viver
Não seria pego por volante;
Era ignorante feito o cão
Até os seus capangas
Recebiam reclamação
E aquele que não lhe respeitar
Eram punidos com dor
Pois enquanto respirar
Eram lentamente
Esquartejados pelo Sinhô!;
Era o massacre no sertão
A destruição das cidades
Já era conhecido como capitão
Pela sua tamanha maldade.
Aqui deixo o valentão
Pelos sertões do agreste
Mudando a situação
Para falar do Vinvim do Nordeste;
Dono de família pobre
Muito conhecido pela cidade
"Famoso" e respeitado
Pelos atos de sinceridade;
Cabra honesto e trabalhador
Dava um duro pra ganhar o pão
Nunca roubou nem matou
Nem desonrou cidadão,
Apesar das contas e despesa
Sempre se dedicava
A colocar comida na mesa;
Morava num sítio
Distante da cidade
Era longa a caminhada
Pois não tinha automóvel
Para sua disponibilidade;
Apesar da humildade
Nunca injetou opção
Era ligeiro e tinha habilidade
Para enfrentar qualquer ocasião,
Nunca andou armado
Isso para ele era besteira
Pois era bem preparado
Para se livrar do golpe de uma peixeira;
Já enfrentou várias disputas
Sozinho com um total de seis!
Só saia quando acabava a luta
Pois garanto a vocês
Não caia como covarde,
Mas machucava muitos
Com sua fúria e habilidade;
Mas apesar de tanta ira
Não era de caçar confusão
Só se defende contra quem se vira
E quer fazer provocação,
Além disso é muito esperto
Já fica desconfiado
Com quem chega muito perto;
Defendia sua família
Contra qualquer um que fosse
Com tamanha ousadia
Foi chamado para um briga de foice!
Não se rendeu a qualquer custo
Pois o próprio desafiante
Parou por causa do susto;
Também era temido
Por todos na cidade
Recebeu até um apelido
Com intuito de amizade
Como todo pernambucano
É cabra da peste
Ele ficou disputando
Conhecido como o Vinvim do Nordeste;
Como nos filmes de ação
Ele era o herói
Que acaba com o vilão,
Mesmo sendo tão valente
Não usava isso por vontade
Ele apenas toma a frente
De quem quer fazer maldade;
Voltando para as bandas do sertão
Onde só gera maldade
Volto a falar do capitão
Que já estava na cidade,
A notícia percorria por todo canto
Até cair nos ouvidos do Sinhô
Todo mundo teve um espanto
Com o que ele falou;
Eu não temo nem ao cão
Mato quem tiver por vim
Eu sou o dono do sertão
E hoje coloco na gaiola o Vinvim!
Quero ver ele cantar
A cada dia que amanhecer
Por cada tiro que eu vou dar
Aos poucos quero vê-lo morrer!;
Chamou logo seus aliados
E mandou se prepararem
E ficarem bem armados
Pois aqueles que pegarem
Aquele tal Vinvim
Ganhará até recompensa
Se trouxerem-o vivo pra mim!;
Preparou aqueles mais fortes
E de sua confiança
Começou pelo negrão
Chamado Jacaré
Também tinha o filho do cão
Que dizia ser filho de Lucifé!;
Tinha o Coisa Ruim
Junto com Furacão
Que diziam que pegaria o Vinvim
Apenas usando as mãos;
Tinha Tabacão
Aliado de João Touro
Que usava um facão
Dizendo que ia lhe tirar o coro!;
Também tinha Belarmino
Irmão de Zoi Furado
Que juntos eram assassinos
Daqueles mais respeitados;
O restante Sinhô não quis levar
Esses eram os melhores
Preparados para matar!
Agora quero ver o valentão
Pois duvido ele cantar
Quando estiver em minhas mãos!;
Sinhô ainda não conhecia
E decidiu invadir a cidade
E aquele que aparecia
Já mandava logo matar
Sem nem uma piedade;
Passou o dia inteiro
Fazendo tamanha maldade
Matou até o derradeiro,
Mas não descobriu sua identidade
E foi aí que descobriu
Que o Vinvim não morava na cidade;
A notícia já corria
Até cair no Vinvim
Que ficou avisado
Se fosse lá morria
Por que Sinhô estava desgovernado!;
A notícia não lhe abalou!
Pois lhe digo a verdade
No outro dia ele foi na cidade
Para falar com o Sinhô!;
Então foi para a cidade,
Mas no meio do caminho
Lá estava Belarmino
Para lhe fazer maldade,
Ele estava escondidim
Pronto para atirar
E derrubar o Vinvim;
Mas Belarmino
Não conseguiu acertar,
Mas ainda tirou um fino
Para poder matar,
Com o tiro o Vinvim correu
Belarmino foi atrás,
Mas logo o perdeu;
O Vinvim ficou intocado
Belarmino não conseguiu ver
E foi pego despreparado
E logo ali veio a morrer!;
O Vinvim do Nordeste
Viu que a coisa era séria
Decidiu encarar a peste
E acabar logo com essa miséria;
Seguiu em frente com cuidado
Estava pronto pra luta
Já ia preparado
Para vencer a disputa;
Ao chegar na cidade
Sinhô estava a sua espera
Com muita rivalidade
Com espírito de uma fera,
Mas ficou impressionado
Do seu capanga Belarmino
Não ter lhe matado;
Sinhô ficou surpreso
De não ver arma em sua mão
E lhe disse: -hoje você vai ser preso
Por me enfrentar sem munição;
O Vinvim logo falou
-Eu não quero confusão
Deixe-me quieto Sinhô
Se lhe tiver compaixão;
Eu não quero "mimimi"
Não seja covarde
E venha até aqui
Quero vê-lo me enfrentar
Pois sem armas
Eu também vou lutar;
Mandou primeiro Jacaré
Que era o mais forte,
Mas que foi derrotado
Apenas com um pontapé!,
Tão forte e duro como osso
Pois com um chute
Lhe deslocou o pescoço!;
Sinhô ficou impressionado
E falou para o Coisa Ruim
Pegue aquele desgraçado
E o traga para mim;
Então coisa ruim deu um soco forte
Que derrubou o Vinvim,
Mas não teve sorte
Pois foi logo derrotado
E com sua própria peixeira
Foi ligeiramente cortado;
Logo veio Filho do Cão
Junto com seu parceiro
O temido Furacão,
Mas o Vinvim bem ligeiro
Logo os derrubou no chão
E antes de levantarem
Ele dava socos
Até os dois desmaiarem!;
Logo foi João Touro
Com o seu facão
Dizendo que ia lhe tirar o coro,
Mas esse valentão
Logo foi derrotado
Pois o Vinvim desviou
E com seu próprio facão
João Touro foi cortado;
Sinhô já estava aperriado,
Mas não podia atirar
Se não matava seu aliado
Pois no meio da bagaceira
Eles estavam misturados;
Então foi Zoi Furado
Junto com Tabacão
Que estava ao seu lado
O Vinvim pegou o facão
E lançou no peito
Do valente Tabacão,
Zoi Furado não viu o que fez
O Vinvim lhe jogou terra
E o deixou cego de vez!;
Sinhô ficou sem reação
E correu desgovernado
Sem olhar adiante
E logo foi parado
Pelo bando da volante;
O povo todo comemorava
E agradecia ao Vinvim
Pois agora a paz reinava
Lá pelas bandas do Alecrim,
Hoje a cidade tem um herói
Agora ficou o grande valente
Que toda coisa ruim ele destrói;
Sinhô,por ter vários rivais
Foi morto na delegacia
Agora não existe mais
Aquele valentão
Que todos obedeciam;
A cidade está em festa
Agora na tranquilidade
E não a cabra da peste
Que enfrente o herói dessa cidade
Que agora é o Vinvim do Nordeste.