Velho vaqueiro

vaqueiro, velho herói

gibão escuro e rasgado

sua voz não mais entoa

nas arestas do cercado

de tanta luta sofrida

foi despedido da lida

pelo tempo foi ferrado

não há de aboiar mais não

pelos vales das serrotas

não cavalga mais nos campos

não se embrenha nas grotas

a cela o tempo levou

seu chicote se acabou

suas luvas, suas botas

vaqueiro quão grande foi

sua contribuição

nestas terras causticantes

foi dolorosa a missão

foi de longe um pioneiro

um incansável guerreiro

desbravador do sertão

não há quem escute mais

o seu aboio no prado

suas histórias se perderam

dentro do curral de gado

rogo a Deus a sua glória

que não vire mais uma história

na poeira do passado.

Bosquim
Enviado por Bosquim em 15/12/2019
Reeditado em 15/12/2019
Código do texto: T6819646
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