Velho vaqueiro
vaqueiro, velho herói
gibão escuro e rasgado
sua voz não mais entoa
nas arestas do cercado
de tanta luta sofrida
foi despedido da lida
pelo tempo foi ferrado
não há de aboiar mais não
pelos vales das serrotas
não cavalga mais nos campos
não se embrenha nas grotas
a cela o tempo levou
seu chicote se acabou
suas luvas, suas botas
vaqueiro quão grande foi
sua contribuição
nestas terras causticantes
foi dolorosa a missão
foi de longe um pioneiro
um incansável guerreiro
desbravador do sertão
não há quem escute mais
o seu aboio no prado
suas histórias se perderam
dentro do curral de gado
rogo a Deus a sua glória
que não vire mais uma história
na poeira do passado.