A saga de lampião
Virgulino Ferreira
Conhecido lampião
Nasceu no dia 7
De junho, foi a benção
Do ano 97
Foi um cabra da peste
Herói, bandido da nação.
No sertão de Pernambuco
Nasceu o rei do cangaço
Na grade Serra talhada
Ele deu o primeiro passo
Seu pai era cabra bom
Sua mãe lhe deu o dom
Da luta, fama e traço.
Virgulino muito Novo
E muito inteligente
Abandonou a escola
Para viver diferente
Na roça foi trabalhar
Pra família ajudar
E ser independente.
Um cabra muito festeiro
Gostava de forrosar
Tocava até sanfona
Para as festas animar
Ainda fazia verso
Dava show, era sucesso
No verso de improvisar.
Além disso, lampião
Era bom atirador
Sempre teve interesse
Nas histórias dos “dotô”
O famoso Virgulino
Tem Antônio Silvino
Cangaceiro inspirador.
Aos 19 anos
Entrou para o cangaço
Mas pra quem acredita
Nisso pode tá enganado
O padre Cícero Romão
Lhe dá o título de capitão
Do batalhão do deputado.
A aliança se rompe
Quando lampião é enviado
Para combater a coluna
Por Prestes comandado
Virgulino desviou
Para o sertão ele voltou
Ser o líder do cangaço.
A raiva da polícia
Agora fez aumentar
Quando os coronéis
Seu pai foram assassinar
Esse fato revirou
Sua cabeça não abaixou
E logo quis se vingar.
Além de seus irmãos
Outros faziam parte
Do grupo do cangaço
De todo tipo e idade
O cangaço de lampião
Viajou pelo sertão
Com nome de maldade.
O bando não perdia
A chance de queimar
As plantações e matava
Quem fosse enfrentar
As mulheres estupradas
As lojas saqueadas
Não paravam de aprontar.
Essas características
Era impossível ficar
Por muito grande tempo
Nem no mesmo lugar
Lampião era odiado
Pelo o que tinha aprontado
Por onde fosse passar.
Além dessa maldade
Lampião destruía
Riquezas saqueadas
Até festas promovia
Fartura na comida
Na mesa era bebida
Gozando da mordomia.
Para uns: era cabra bom
Também foi idolatrado
Pelas festanças que dava
Pelo o mal praticado
Para outros: vagabundo
Homem mal nesse mundo
Lampião era odiado.
Pelas suas andadas
Virgulino conheceu
A Maria bonita
Um amor ali se deu
Com quem teve uma filha
Chamada de Expedita
Que no cangaço cresceu.
Maria bonita era
Sua grande paixão
Lhe ajudou toda vida
Teve afeto e afeição
Entrou para o cangaço
Marcou o primeiro passo
No cangaço de lampião.
O bando sobreviveu
20 anos na correria
Passando por obstáculos
Dia e noite, noite e dia
Perseguido no nordeste
No sertão e no agreste
Tudo ele conhecia.
Dos irmãos de Virgulino
Todos foram assassinados
Com exceção de João
Que foi o último matado
Lutou o tempo inteiro
Virgulino cangaceiro
Pouco foi idolatrado.
Lampião era arrochado
Muito sangue derramou
Mas não foi ao hospital
Porque ele não Precisou
Não usava esparadrapo
Seu remédio era o mato
Com o que sempre se curou.
Sua Maria bonita
Um ela dia foi ferida
Numa dura batalha
Lampião fez a corrida
Levou ela ao hospital
Chamou médico e tals
Para salvar a querida.
Lampião foi atacado
E o cangaço ali morreu
Foi pego desprevenido
Algo pior aconteceu
O bando foi mutilado
Foi Cabra pra todo lado
Poucos deles que correu.
Tiraram suas cabeças
E fizeram exposição
De 11 cangaceiros
Entre eles lampião
E também sua mulher
Que enfrentava o que vier
Lá nos rumos do sertão
No estado de Sergipe
No nordeste brasileiro
A volante mata o rei
Do cangaço justiceiro
Que ajudou a pobreza
Roubando a riqueza
Dos chefes do dinheiro.
Lampião teve seu fim
Mas deixou o seu legado
Ajudou a classe pobre
Roubou o endinheirado
Lampião sobrevivente
Que matava até gente
Hoje e perpetuado.
Autoria: Alex Silva
10 de junho de 2019