DE VOLTA
Arrastando a minha mala
Com toda força que resta
Trago ela e minha fala
E uma tristeza indigesta.
Cansado de estar sozinho,
Volto por mesmo caminho...
Tomara que acabe em festa!
Tanto tempo pela estrada
Buscando não sei o que,
Então eu não achei nada
E me perguntei: porquê?
Dei meia volta e voltei
Por que só agora eu sei
A falta que faz você.
Senti fome, senti frio,
Aguentei mil desaforos,
Dormi em beira de rio,
Em silêncio ouvi meus choros.
Por não querer lhe ouvir
Hoje não sei mais nem rir,
Sofri vários desarvoros.
O visual bem diferente...
Barba dá pra fazer trança,
Com as roupas bem surradas
Dessa minha louca andança,
Sou borrão do meu desenho,
Nada mais de mim eu tenho...
Só saudades e esperança!
Nem sei mesmo o que me espera,
Seja o que for não reclamo,
Foram tantas primaveras...
Mas toda noite eu lhe chamo.
Se me der o seu abraço
Acabará meu fracasso,
Por que o fato é que lhe amo!