O TRANSLADO SEM FIM

O TRANSLADO SEM FIM

Por Coimbra Zoloélo

O peregrino de Luzirmil

Registro número 0912191834

01 Ao seguir beirando um rio

Procurando uma passagem

Deparei com uma grota

Com baixada na imagem

Por uma trilha que vi

Resolvi ir por ali

Atravessar a paragem

02 Porém um fato estranho

Foi ali acontecer

Quando empreendi o avanço

Para o barranco descer,

Vi como num altar

Uma pedra angular

Parecendo se mover

03 E no momento preciso

Que no lugar eu pisei,

Uma cortina brilhante

Por ali observei

Foi um acontecimento

Que por pequeno momento

Muito assustado fiquei

04 Ainda sobre a pedra

Na qual em pé me achava

Pude ver que a cortina

Nova forma ali tomava

Seu brilho mudou de cor

E surgiu um corredor

No lugar que se encontrava

05 Uma voz se fez ouvir

Me chamando a atenção

Vinha lá do corredor

Com timbre e grave som

Tão forte era o falar

Me fazendo imaginar

Que tal seria um trovão

06 Olhando à minha volta

Tudo estava natural

Não havia diferença

Em nada no matagal

A grota estava ali

Como no principio eu vi

Pela trilha marginal

07 Diante daquele quadro

Eu passei pela cortina

E entrei no labirinto

Com clarão vindo de cima

Parecia outro mundo

Com um mistério profundo

Como um sonho que fascina

08 Ao transpor a cortina

Me encontrei ali perdido

Pois não vi mais o lugar

De onde eu tinha saído

Não podia retornar

Onde eu estava a andar

Por ter desaparecido

09 Como não achei recurso

Pra voltar onde estivera

Prossegui no labirinto.

Sob fresca atmosfera

E conforme eu avancei

Ao final me deparei

Com uma funda cratera

10 Vi nela uma escadaria

Que por ela dava entrada

Ali minha curiosidade

Se tornou mais acirrada

Sem medo e decidido

Segui naquele sentido

Pra ver o fim da parada

11 Lá no fundo percebi

Um estranho movimento

Parecia um temporal

Tendo ali seu advento

Pelo vento fui lavado

Como se fosse sugado

Pelo espaço e firmamento

12 Eu me achava no fundo

Do lugar que o rio passava

Mas percebia que o vento

Pelo espaço me levava

Numa outra dimensão

Longe do ponto em questão

Aonde o rio eu beirava

13 Pelo forte aluvião

Fui lançado num jardim

Onde o perfume da brisa

Tinha o olor do jasmim

Pude ver sem nem um véu

Que eu chegara ao céu

Para O TRANSLADO SEM FIM

14 Num resumo descritivo

Do rio eu tenho lembrança

A grota, cortina e cratera

Também fez parte da dança

Se foi sonho ou realidade

Só vou saber a verdade

Se no céu tiver herança!