AMOR EXIGENTE
Por Gecílio Souza
Algo de se impressionar
O amor quando exigente
Nada de fútil ou vulgar
Só nasce do ser decente
É capaz de se expressar
Mesmo não sendo eloquente
Pouco importa o lugar
Sempre se faz presente
Na saúde ou na doença
Ele é a grande diferença
Que age ostensivamente
Se for para argumentar
Usa o método pertinente
Se dispõe a escutar
O conceito diferente
E costuma projetar
O passo subsequente
Mas depois de analisar
O passado e o presente
Fixa o olhar no futuro
Caminha livre e seguro
Porque não tem concorrente
Pronto a se posicionar
Tolera e não é negligente
Gosta de se programar
É firme não prepotente
Jamais quer sacrificar
Faz cobrança excelente
Oferece o que pode dar
E se doa integralmente
O amor não faz de conta
Se rende de ponta a ponta
Uma rendição consciente
Não faz alguém esperar
Sem alguma causa urgente
O amor é singular
Costuma ser paciente
É planta a se cultivar
Não se dá num de repente
Sempre livre para amar
Amar condicionalmente
O amor quer contrapartida
Porque assim é a vida
De retribuição permanente
Também gosta de pensar
Desafia a parda mente
Capaz de se orientar
Pedagógico e convincente
Sempre aberto a perdoar
Instrui olhando em frente
Recua para avançar
Avança decididamente
Caminhando lado a lado
Amar é um aprendizado
Não se aprende facilmente
Consegue se desculpar
Da forma mais transparente
É amoroso até no olhar
Corrige elegantemente
Se é frio ao raciocinar
Mantém o coração quente
Quando não pode ajudar
Não fere a alma cadente
O amor nunca diminui
Ele cresce e evolui
Cura o coração doente
Troca o próprio bem estar
Pelo bem do pretendente
Juntos é bom sonhar
O sonho é equivalente
A um modo de caminhar
Sobre a suspensa corrente
O medo pode integrar
A vida efetivamente
Pois temer a solidão
Revela a preocupação
De um amor puro e ardente
O amor é espetacular
E o sonho é sua tangente
Amar é compartilhar
O afeto correspondente
Sofrer e se emocionar
Sentir o que o outro sente
Duas almas e um linguajar
Se entendem perfeitamente
Quem ama se comunica
Todo gesto é uma dica
Pronunciada sutilmente
Os dois são mais que um par
Um do outro é parente
O amor ama se ocupar
Se ocupa com o premente
Vive sem si limitar
Sua prudência é latente
No quesito preservar
Ele é intransigente
Preserva-se a quem se ama
O amor é uma chama
Que queima internamente
Viver é recomeçar
Pois o erro é inerente
O amor é um modo de andar
Com seu rítimo coerente
Seja rápido ou devagar
Ele ama tão somente
Sentimento complementar
Quer o outro sorridente
E nesta reciprocidade
Constrói-se a felicidade
Juntos gradativamente
No leito a se repousar
Se adormece tranquilamente
Então ao se levantar
Sob a luz do sol nascente
Ver o dia a lhe esperar
E assim amar novamente
Na certeza de chegar
Espera incansavelmente
Quem ama supera a dor
A vida é uma versão do amor
Do amor irreverente!
G. S.