A menina do desapego
Rosângela Trajano
Uma vez uma menina
Que muita coisa tinha
Decidiu doar tudo
Menos sua bonequinha
Tinha bastantes brinquedos
Todos muito bem guardados
Esses nem brincava mais
Alguns até já quebrados
Viu na televisão
Uma menina chorando
Lá pedindo uma boneca
À população implorando
Foi no sótão e remexeu
Muita coisa guardada
Caixas antigas mofadas
Menina descuidada
À procura de mais coisas
Dentro de si remexeu
Encontrou grande bagunça
Que bastante lhe doeu
Por que coisas tais guardava
Que nem mais lhe serviam
Coisas que jamais usou
Nada lhe pareciam
Uma vez papai comprou
No Natal um bom presente
Que a menina nunca usou
Boneca com um tal pente
Também nas caixas achou
Revirando seus brinquedos
Um ursinho de pelúcia
Nem sabia seus segredos
Foi no velho guarda-roupa
Um susto grande tomou
Roupas bastantes novinhas
Vestidos que nunca usou
Ficou bem desapontada
Sapatos que não calçou
Botinas ainda nas caixas
Blusas que nunca lavou
Na caminha bem sentada
Brava ideia procurava
Desapegar-se das coisas
Nunca as usou, nem amava
Os brinquedos doaria
Às meninas bem carentes
Valentes moram nas ruas
Não cuidam dos seus dentes
Nunca tomaram vacinas
Não guardam medo de nada
Dormem nas frias calçadas
Moeda na mão guardada
E se tivesse nascido
Uma menina de rua
Viver pois como seria
Sem poder olhar a lua
Conversou com sua mãe
O que tenho doarei
Nada pois me fará falta
Coisas nunca precisei
A mãe achou bonita ideia
O da sua menininha
Desejar desapegar-se
Ainda tão pequenininha
Conhecia gente velha
Que não se desapegava
Coisas velhas que bem tinha
À sete chaves guardava
Separe tudo o que tem
Em caixas de papelão
Pois vou com você também
Feliz eis meu coração
A menina toda alegre
Gari pediu um favor
Que trouxesse grandes caixas
Pagaria com amor
Pois todo mundo da rua
Bem ficou emocionado
Com a ideia da menina
Que parecia um recado
Veio gente de bem longe
Fazer suas doações
Pois desapegar-se sempre
Sem fazer lamentações
Foi num certo bom domingo
A mãe da bela menina
Alugou um tal caminhão
Gente a olhar pela cortina
Na pracinha da cidade
A menina fez parada
Encontrou um belo menino
Com a cabeça cortada
Deu nele seis bons abraços
Do fundo de sua caixa
Tirou um carrinho vermelho
Colocou uma branca faixa
Na cabeça do menino
Que pegou aquele carrinho
Bem feliz, meio espantado
Com todo aquele carinho
Menina andou pouco mais
Viu suja menininha
Descabelada na praça
Se dizia tão sozinha
Entregou seu coração
À bonita menininha
Vestiu nela uma blusa
Deu-lhe bela bonequinha
Foi andando pela cidade
Naquele bom caminhão
Logo viu um tal menino
A riscar de giz o chão
Desceu rápida do carro
Quis saber o que escrevia
Aquele menino pobre
Pois que nem sorrir sabia
Escrevo meu nome, leia
Menina fingiu ler
Eram apenas rabiscos
Não sabia ele escrever
Ao menino ensinou
Uma bonita lição
Como desenhar no chão
Um bondoso coração
O dia chegou ao fim
Pra casa logo voltou
O que de mais tinha deu
Na alma novo amor notou
Ao povo do bom mundo
Desapegar-se ensinou
***********
Rosângela Trajano em 22 de novembro de 2019
Mamãe foi visitar uma amiga no hospital
***********
Exercícios para o bom pensar.
1 – O que é desapegar-se?
2 – Por que precisamos aprender a nos desapegar?
3 – Por que acumulamos coisas no guarda-roupa que nem usamos?
4 – Como a gente se sente ao praticar o desapego?
5 – Que coisas podemos doar além de bens materiais?
6 – O que temos dentro da gente que precisamos aprender a doar?
7 – O que acontece quando nos desapegamos do orgulho?
8 – Por que costumamos guardar coisas que nem usamos?
9 – O que você faz com as coisas que não usa mais?
10 – Você costuma praticar o desapego? Por quê?
Desenhe você praticando o desapego
Rosângela Trajano
Uma vez uma menina
Que muita coisa tinha
Decidiu doar tudo
Menos sua bonequinha
Tinha bastantes brinquedos
Todos muito bem guardados
Esses nem brincava mais
Alguns até já quebrados
Viu na televisão
Uma menina chorando
Lá pedindo uma boneca
À população implorando
Foi no sótão e remexeu
Muita coisa guardada
Caixas antigas mofadas
Menina descuidada
À procura de mais coisas
Dentro de si remexeu
Encontrou grande bagunça
Que bastante lhe doeu
Por que coisas tais guardava
Que nem mais lhe serviam
Coisas que jamais usou
Nada lhe pareciam
Uma vez papai comprou
No Natal um bom presente
Que a menina nunca usou
Boneca com um tal pente
Também nas caixas achou
Revirando seus brinquedos
Um ursinho de pelúcia
Nem sabia seus segredos
Foi no velho guarda-roupa
Um susto grande tomou
Roupas bastantes novinhas
Vestidos que nunca usou
Ficou bem desapontada
Sapatos que não calçou
Botinas ainda nas caixas
Blusas que nunca lavou
Na caminha bem sentada
Brava ideia procurava
Desapegar-se das coisas
Nunca as usou, nem amava
Os brinquedos doaria
Às meninas bem carentes
Valentes moram nas ruas
Não cuidam dos seus dentes
Nunca tomaram vacinas
Não guardam medo de nada
Dormem nas frias calçadas
Moeda na mão guardada
E se tivesse nascido
Uma menina de rua
Viver pois como seria
Sem poder olhar a lua
Conversou com sua mãe
O que tenho doarei
Nada pois me fará falta
Coisas nunca precisei
A mãe achou bonita ideia
O da sua menininha
Desejar desapegar-se
Ainda tão pequenininha
Conhecia gente velha
Que não se desapegava
Coisas velhas que bem tinha
À sete chaves guardava
Separe tudo o que tem
Em caixas de papelão
Pois vou com você também
Feliz eis meu coração
A menina toda alegre
Gari pediu um favor
Que trouxesse grandes caixas
Pagaria com amor
Pois todo mundo da rua
Bem ficou emocionado
Com a ideia da menina
Que parecia um recado
Veio gente de bem longe
Fazer suas doações
Pois desapegar-se sempre
Sem fazer lamentações
Foi num certo bom domingo
A mãe da bela menina
Alugou um tal caminhão
Gente a olhar pela cortina
Na pracinha da cidade
A menina fez parada
Encontrou um belo menino
Com a cabeça cortada
Deu nele seis bons abraços
Do fundo de sua caixa
Tirou um carrinho vermelho
Colocou uma branca faixa
Na cabeça do menino
Que pegou aquele carrinho
Bem feliz, meio espantado
Com todo aquele carinho
Menina andou pouco mais
Viu suja menininha
Descabelada na praça
Se dizia tão sozinha
Entregou seu coração
À bonita menininha
Vestiu nela uma blusa
Deu-lhe bela bonequinha
Foi andando pela cidade
Naquele bom caminhão
Logo viu um tal menino
A riscar de giz o chão
Desceu rápida do carro
Quis saber o que escrevia
Aquele menino pobre
Pois que nem sorrir sabia
Escrevo meu nome, leia
Menina fingiu ler
Eram apenas rabiscos
Não sabia ele escrever
Ao menino ensinou
Uma bonita lição
Como desenhar no chão
Um bondoso coração
O dia chegou ao fim
Pra casa logo voltou
O que de mais tinha deu
Na alma novo amor notou
Ao povo do bom mundo
Desapegar-se ensinou
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Rosângela Trajano em 22 de novembro de 2019
Mamãe foi visitar uma amiga no hospital
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Exercícios para o bom pensar.
1 – O que é desapegar-se?
2 – Por que precisamos aprender a nos desapegar?
3 – Por que acumulamos coisas no guarda-roupa que nem usamos?
4 – Como a gente se sente ao praticar o desapego?
5 – Que coisas podemos doar além de bens materiais?
6 – O que temos dentro da gente que precisamos aprender a doar?
7 – O que acontece quando nos desapegamos do orgulho?
8 – Por que costumamos guardar coisas que nem usamos?
9 – O que você faz com as coisas que não usa mais?
10 – Você costuma praticar o desapego? Por quê?
Desenhe você praticando o desapego