BRIGA ENTRE LILIAN MAIAL E J.B.XAVIER

Tudo começou quando J.B. Xavier publicou o poema MULHER, DIVINA MULHER. A respeito dele, enviei mensagem nos seguintes termos:

Toda mulher merece

Um homem, um ninguém,

Que apenas entendesse

Que ele é dela também.

(Lílian Maial)

J.B.Xavier me respondeu, então, nos versos seguintes. Eu repliquei de novo, e acabamos envolvidos numa das mais gostosas “brigas” de que já participei, cuja arma é a Poesia, e cujo tema é o Amor. Esperamos que curtam!

Nada escapa à constrição

Da volúpia da mulher.

Homem não é exceção:

Ela faz dele o que quer!

(J.B.Xavier)

"Faz o que quer" é uma lenda,

dessas que o homem é capaz.

Após o amor oferenda

do jogo não brinca mais...

(Lílian Maial)

Ledo engano, pois não há

Prêmio algum que se ofereça,

Que faça um homem tirar

Uma mulher da cabeça!

(J.B.Xavier)

Bem se vê o quanto és homem,

a cabeça é a razão.

A mulher vai bem mais longe:

quer morar no coração.

(Lílian Maial)

Mas que idéia essa sua!

No amor não correspondido,

A mulher chora na rua,

O homem chora escondido!

(J.B.Xavier)

Que graça tem se esconder,

Num canto de dor chorar,

Se tudo que a gente quer

é homem a compartilhar?

(Lílian Maial)

O homem esconde depressa

A mágoa e a dor que sente

Porque a ninguém interessa

Saber das mágoas da gente...

(J.B.Xavier)

Engano pensar assim,

que a dor do amor não importa...

Saber o que vai em mim

é a chave que abre a porta.

(Lilian Maial)

A Chave tem muitos termos,

E nenhum deles acalma

A dor de amores enfermos

A corroer-nos a alma!

(J.B.Xavier)

Essa não tem tantas voltas,

É chave do bem-querer.

Só deixe as trancas bem soltas,

Se quiser pagar pra ver.

(Lílian Maial)

Chave e tranca não condiz

Com um amor de verdade,

Que só quer, p'rá ser feliz

Justamente a liberdade!

(J.B.Xavier)

Mas quem fala em esconderijo,

Sabe a tranca e a fechadura,

Medica o amor sofrido,

Mas também não mostra a bula.

(Lílian Maial)

Concordo que sofrimento

No amor, é como um tédio!

Mas bulas, pense um momento,

Para o amor não há remédio!

(J.B.Xavier)

Ao contrário, caro amigo!

Entendo que nisto és leigo,

Mas nada traz mais alívio,

Que o calor dentro do peito.

(Lílian Maial)

Todo remédio eu condeno,

Porque o amor, de passagem,

Pode também ser veneno,

Dependendo da dosagem!

(J.B.Xavier)

Se é veneno ou lenitivo,

Eu não quero nem saber,

Seja qual for o perigo,

Desse copo eu vou beber!

(Lílian Maial)

Ora, viva! concordamos,

Com o grande poeta, enfim!

Sente-se, então, e bebamos

Desse veneno! Tim tim!!

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Bebe!

Que o amor é uma jóia rara,

É uma opala

Escondida

Numa taça cheia de vida.

É preciso beber

Para poder achá-la!

(Ghilherme de Almeida)

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Lílian Maial / J. B. Xavier